Valor Econômico
As obras devem começar ainda neste semestre e a previsão é de que a instalação comece a operar comercialmente no segundo semestre de 2025, período de safra
A Zeg Biogás, empresa controlada pela Vibra, e a Cooperativa Pindorama firmaram um contrato para a construção de uma unidade produtora de biogás e biometano no Sergipe. As obras devem começar ainda neste semestre e a previsão é de que a instalação comece a operar comercialmente no segundo semestre de 2025, período de safra.
Neste arranjo, a Zeg entra com a solução tecnológica para a geração do biogás e sua purificação, além de atuar como investidora do projeto, aportando R$ 60 milhões. A Pindorama, por sua vez, irá disponibilizar a área para a instalação da unidade, além de fornecer a matéria-prima necessária para a produção do biocombustível, a vinhaça da cana-de-açúcar e resíduos da destilaria de milho e sorgo.
O biometano, ou gás natural renovável, é obtido a partir da purificação do biogás, uma mistura de gases que têm como origem o processo natural de decomposição de resíduos orgânicos em ambientes onde não há troca de ar — a digestão anaeróbica. Em razão de ser intercambiável com o gás natural, o energético pode ser injetado na rede de gasodutos, transportado em caminhões na forma comprimida ou liquefeita e utilizado como combustível veicular, na descarbonização da frota de veículos pesados, em substituição ao diesel, ou na indústria.
A previsão do presidente da Zeg, Eduardo Acquaviva, é que a futura unidade produtora deve gerar anualmente 6 milhões de metros cúbicos de biometano. Segundo o executivo, essa é a primeira planta do combustível no Nordeste e cerca de 15% do combustível produzido deve ser usado para consumo da Pindorama e a diferença vendida para consumidores da região.
“A Zeg vai remunerar a Pindorama pelos resíduos fornecidos e pela energia elétrica da usina. Também há a possibilidade da Pindorama entrar no capital da planta de biometano”, afirma. “A gente vai utilizar [o biometano] para abastecer a frota canavieira da cooperativa e também distribuir esse gás via modal rodoviário para a região de Maceió (AL)”, acrescenta.
A Zeg diz ter condições de que o investimento seja feito 100% via equity, mas há a possibilidade de alavancar uma parte a depender das condições de financiamento do BNB. Os equipamentos serão produzidos pela própria Zeg, que recentemente anunciou o início da operação da primeira fábrica do Brasil para produção de equipamentos de purificação de biogás em parceria com o Greenlane, com investimentos de R$ 16 milhões.