Venda de diesel dispara em junho com subsídio e fim da paralisação

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Fonte: Folha de S.Paulo

O volume comercializado de diesel no Brasil em junho saltou 33,1% em relação a maio, para 5 bilhões de litros, aumentando também 7,4% ante ao mesmo mês em 2017, com impacto positivo do fim da paralisação dos caminhoneiros e dos subsídios concedidos ao combustível fóssil, informou nesta quarta-feira (1º) a reguladora ANP.
No acumulado do primeiro semestre de 2018, contudo, houve aumento de apenas 0,8% nas vendas do combustível mais comercializado no país.
De acordo com a autarquia, as vendas de diesel de junho foram impactadas por uma “intensificação dos transportes de carga, após a demanda represada no fim de maio”, durante a greve dos caminhoneiros, e por uma queda dos preços nos postos de revenda após atendida demandas das paralisações.
Os caminhoneiros protestaram durante 11 dias contra os elevados preços do diesel. Para encerrar a greve, o governo prometeu aos manifestantes cortar os valores nos postos de combustíveis em R$ 0,46 por litro, por meio de subsídios ao diesel fóssil e corte de impostos federais e estaduais.
O biodiesel, que representa 10% do diesel vendido nos postos, não recebeu qualquer subsídio.
Embora o corte não tenha sido atingido em junho, conforme o previsto, a ANP ressaltou que naquele mês os preços ao consumidor final apresentaram queda de 11,47%, em relação a maio, em meio aos esforços do governo.
Ao longo de junho, o volume importado de diesel A (sem a mistura de biodiesel) caiu 9% ante maio, apontou a ANP. “Com isso, a participação do volume importado nas vendas caiu de 21,7%, em maio deste ano, para 14,8% no mês de junho”, disse a ANP.
Já na comparação anual, a variação do volume importado de diesel apresentou redução de 45,4%.

GASOLINA E ETANOL
O fim das greves dos caminhoneiros também impactou as vendas de gasolina C (já misturada com etanol anidro) pelas distribuidoras no Brasil em junho, que somaram 3,1 bilhões de litros, alta de 2,4% ante maio. Entretanto, na comparação com junho de 2017, houve uma queda de 16,51%.
A ANP ressaltou que “sazonalmente o volume de vendas de gasolina comum no mês de junho não sofre grandes elevações em relação ao mês anterior em decorrência da evolução da safra de cana-de-açúcar, que acirra a concorrência com o etanol hidratado.
“No acumulado do ano, a redução de 11,98% do volume comercializado de gasolina C reflete o aumento do volume de vendas de etanol hidratado”, disse a ANP.
Dessa forma, o volume acumulado de vendas do total do ciclo Otto, que considera gasolina e etanol, no primeiro semestre de 2018, ficou 4% abaixo do ano anterior.
No mês em análise, o volume total de importações de gasolina A (sem a mistura de etanol) apresentou variação negativa de 57% em relação ao mesmo período do ano passado.
As vendas do etanol hidratado pelas distribuidoras, por sua vez, cresceram 13,39% ante maio e avançaram 42,24% em relação a junho de 2017, para 1,5 bilhão de litros.
O volume comercializado de etanol hidratado acumulado na primeira metade de 2018 foi 38,45% superior ao verificado no mesmo período do ano anterior.
“O expressivo aumento na demanda do biocombustível está relacionado ao efeito substituição do etanol hidrato em relação à gasolina, em razão dos preços mais competitivos do biocombustível vis-à-vis ao combustível fóssil”, disse ANP.

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