Veja quanto a inflação vai subir com a volta de impostos nos combustíveis

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A volta da cobrança de PIS/Cofins sobre os combustíveis deve ter um impacto de 0,6 ponto percentual no IPCA de janeiro. A estimativa é de André Braz, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).
A Lei Orçamentária Anual (LOA) enviada pelo governo Bolsonaro ao Congresso prevê a prorrogação da desoneração desses tributos para 2023. Mas o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu ao atual governo que não prorrogue a desoneração dos tributos federais (PIS/Cofins e Cide) sobre os combustíveis para além do dia 31 de dezembro.
A reoneração deve significar um impacto de 10 pontos percentuais na gasolina, 7,5 no etanol e 4,5 no diesel.
Ele lembra que os combustíveis terão influências diferentes de acordo com os pesos que possuem no IPCA. A gasolina pesa 4,6% no índice, enquanto o etanol pesa 0,6% e o diesel, 0,3%.
“O impacto vai ser grande. Podemos perfeitamente ter uma inflação em torno de 1% ou mais no mês que vem”, diz Braz, que é o responsável pelos Índices Gerais de Preços divulgados pelo FGV/Ibre. “Mas essa inflação não é de 2023, ela pertence a 2022”, acrescenta, lembrando que já se previa essa alta quando a desoneração chegasse ao fim. Segundo ele, a desoneração vai fazer o IPCA chegar ao fim do ano ao redor de 5,5%, em vez dos cerca de 8,5% que seriam registrados sem os benefícios concedidos pelo governo federal este ano.
Braz acrescenta que janeiro também deve sofrer o impacto de alimentos, principalmente hortaliças e legumes, afetados pela variação climática típica do verão, quando ocorrem chuvas mais intensas.
Em relação aos combustíveis, ressalta que, embora o diesel tenha um impacto direto relativamente pequeno, ele tem uma influência indireta na cadeia até maior que a gasolina, pois é responsável por aumentos de frete, energia e transporte público, entre outros, que acabam contaminando os preços ao consumidor.
“O diesel em 12 meses tem alta expressiva, de mais de 30%. Já está caro em relação ao ano passado e tem o problema de contaminar outros setores. O peso no IPCA é pequeno, mas o efeito indireto é pior que o da gasolina, embora seja difícil de estimar”, diz Braz.

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