Fonte: Brasil Agro
A Royal Dutch Shell construirá sete postos de combustíveis para carros movidos a hidrogênio na Califórnia, EUA, por meio de uma parceria com a Toyota Motor. Esta é a nova aposta das empresas no fim do motor a combustão interna.
Os postos deixarão o estado mais perto de sua meta de ter 100 unidades de varejo até 2024 nos quais veículos movidos a células de combustível de hidrogênio podem reabastecer. A Comissão de Energia da Califórnia está estudando a concessão de US$ 16,4 milhões em subsídios a esses postos, sendo que a Shell e a Toyota contribuiriam com US$ 11,4 milhões.
A parceria Shell-Toyota “mostra que há muito interesse e que o mercado de hidrogênio deverá avançar rapidamente”, disse Janea Scott, membro da comissão da Califórnia.
A Toyota planeja apostar no hidrogênio e praticamente eliminar sua linha de modelos com motores tradicionais até 2050. A falta de infraestrutura de recarga é um dos grandes obstáculos para o sucesso dos carros com zero emissão entre os consumidores — a Califórnia possui apenas 25 postos do tipo atualmente.
A Shell também está elaborando uma estratégia para deixar de depender do petróleo. A demanda pelo óleo poderia atingir o pico em apenas cinco anos, disse o diretor financeiro da empresa, Simon Henry, em novembro. A companhia opera seis postos de hidrogênio — quatro na Alemanha e dois na região de Los Angeles, EUA — e abrirá uma sétima unidade perto do aeroporto Heathrow, em Londres, no fim deste mês.
Na vanguarda
“A Shell quer estar na vanguarda dessa tecnologia”, disse Oliver Bishop, gerente-geral para o hidrogênio. As complexidades da produção, do armazenamento e da entrega do combustível necessitam do “apoio dos governos e de empresas automotivas como a Toyota para isso funcionar”.
A Califórnia tem as regras mais duras dos EUA em termos de poluição do ar e exigências sobre veículos de zero emissão, o que transforma o estado em um ambiente natural para a união entre a Shell e a Toyota no país. Apesar de o governo Trump ter indicado que poderá relaxar regras ambientais, a Califórnia está alinhada a países da Europa e da Ásia. A Shell pertence a um consórcio apoiado pelo governo alemão para ter 400 postos até 2023. Tóquio planeja investir 45,2 bilhões de ienes (US$ 400 milhões) em subsídios para veículos a célula de combustível e em postos de hidrogênio antes dos Jogos Olímpicos de 2020.
Para a Toyota, não há dúvida de que os carros que queimam combustível serão evitados ou até mesmo banidos dentro de algumas décadas, e que a alternativa na qual a empresa trabalha há 25 anos estará pronta para dominar.
“Quando o motor a combustão for proibido, o hidrogênio se tornará uma das maiores fontes de combustível, estamos convencidos disso”, disse Kiyotaka Ise, presidente de pesquisa avançada, desenvolvimento e engenharia da Toyota (Bloomberg, 21/2/17)