Globo Rural
Em seu último levantamento sobre a safra de cana-de-açúcar 2023/24, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicou uma série de recordes: produção de cana, de açúcar e de etanol anidro, além das exportações do adoçante.
No caso das lavouras, as condições climáticas favoráveis e os investimentos do setor propiciaram uma colheita de 713,2 milhões de toneladas, 16,8% mais que em 2022/23. Em novembro, ocasião do último levantamento da autarquia, a Conab apontava para 677,6 milhões de toneladas.
Além do clima e dos investimentos, a produção maior deve-se ao aumento de área, previsto em 8,3 mil hectares, 0,7% mais que na temporada anterior. O rendimento médio das lavouras ficou em 85.580 quilos por hectare, 16,2% maior que no ciclo passado.
Esse volume de cana propiciou um aumento de produção de açúcar, para um recorde de 45,7 milhões de toneladas, 24,1% mais que em 2022/23.
Segundo a Conab, todas as usinas encerraram a moagem no fim de dezembro de 2023, inclusive com muitas delas tendo postergado o fim das operações devido ao volume de cana recebida.
A maior colheita também possibilitou o aumento na produção de etanol em 15%, para 35,6 bilhões de litros, mesmo com um menor percentual de destinação do produto para a fabricação do biocombustível em relação ao açúcar.
Do volume total, o etanol hidratado teve a produção estimada em 21,3 bilhões de litros, enquanto o etanol anidro alcançou a maior produção na série histórica da Conab, com 14,3 bilhões de litros.
A autarquia também apontou que há uma crescente produção de etanol proveniente do milho no país, com acréscimo de 33,1%, chegando a um resultado estimado de 5,9 bilhões de litros.
Mercado
A Conab também apontou que a produção recorde de açúcar permitiu o maior volume de exportações já registrado pelo país. Na safra 2023/24 foram embarcadas pouco mais de 35 milhões de toneladas do produto, uma alta de 26,8% em comparação com o ciclo anterior. Esse volume gerou um faturamento de U$ 18,27 milhões, segundo dados divulgados pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
“Além da boa produção no país, importantes produtores como Índia e Paquistão tiveram menores embarques, o que beneficia os produtores brasileiros”, destacou a Conab em relatório.
Já o mercado para o etanol se apresentou mais desafiador. As exportações registraram redução de 2,92%, com 2,57 bilhões de litros. “A queda foi influenciada tanto pelo comportamento do câmbio quanto do preço do petróleo, que nos últimos meses de 2023 passou a apresentar trajetória descendente afetando os preços da gasolina e consequentemente do seu principal concorrente, o etanol.”