Valor Econômico
A vice-presidente de M&A, sustentabilidade e estratégia da Raízen, Paula Kovarsky, afirmou que a empresa está em “uma jornada” para utilizar o máximo possível da energia contida na cana.
Kovarsky esteve nesta quinta-feira (19) no Brazil-US Climate Impact Summit 2024, promovido pelo Valor e pela Amcham na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, ressaltou ainda que, no Brasil, o etanol de cana de primeira geração já é capaz de reduzir a pegada de carbono em 60%.
“Na segunda geração, passa de 70% de redução”, disse a executiva, acrescentando que o etanol misturado a outros combustíveis é uma alternativa para reduzir a pegada de carbono em diversos setores, como no transporte marítimo. Neste sentido, lembrou que essa mistura (blend) é fundamental para o sucesso da transição energética.
“As oportunidades estão postas e a oferta é o desafio”, afirmou a executiva. Kovarsky acrescentou que mesmo com essas oportunidades, ainda há barreiras enfrentadas pelo etanol brasileiro nos Estados Unidos e Europa.
Ela destacou que o etanol brasileiro, produzido em área tropical, tem uma produtividade maior, o que reduz a pegada de carbono comparado ao etanol de áreas temperadas, uma vez que usa menos solo e não compete com os alimentos.
Mesmo assim, diz, as métricas globais criadas no norte global, não refletem essa maior competitividade do sul global, cenário que, no entendimento da executiva, precisa mudar, com recompensas por essa menor emissão de carbono no processo produtivo.
Kovarsky também destacou a necessidade de se garantir recursos para essa transição energética, com o uso de mecanismos de regulação e remuneração. Ela elogiou esforços brasileiros de incentivo, como o RenovaBio e defendeu o desenvolvimento de métricas que facilitem o investimento.