CNN Brasil
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou, em sua primeira entrevista coletiva para a imprensa, nesta quinta-feira (2), que o Preço de Paridade Internacional (PPI) deixa de ser o único parâmetro para a estatal na definição de preços.
“Para a Petrobras, PPI deixa de ser o único parâmetro. Mas na hora que a regra for mudada por escrito, pois a gente vai fazer discussões. Em uma frase, a Petrobras vai praticar o preço do mercado em que ela estiver atuando”, disse.
“Se é o PPI que é o melhor preço, por acaso, que seja. Mas, na maior parte das vezes, talvez não seja porque, ao meu ver, o PPI é o preço do concorrente. O PPI, para a Petrobras, só garante ao concorrente uma posição mais confortável. A minha, é poder se mais competitivo quando puder ser, não quer dizer que eu seja obrigado a ser”, completou Prates.
O presidente da estatal disse ainda que não vai “descumprir regra”, mas que outras referências de preços podem ser utilizadas pela Petrobras.
“Não existe bala de prata, não existe um dogma, não existe um só preço de referência para o Brasil todo. O próprio PPI é uma abstração, ele difere. Agora tudo é PPI, não é necessariamente assim… É uma referência, podemos usar essa com três ou quatro referências, dependendo da conveniência, no sentido de captar mercado, de manter mercado”.
Dividendos
A Petrobras poderá fazer um plano de investimento adicional para aplicar os recursos de uma reserva estatutária de dividendos, caso os acionistas a aprovem, disse Prates ainda durante a coletiva.
Na véspera, ao anunciar a sugestão da criação de uma reserva estatutária, a empresa não definiu qual seria a sua finalidade.
A criação de uma reserva foi proposta após o total de dividendos aprovados ultrapassar valores de uma fórmula prevista na política de remuneração a acionistas em R$ 6,5 bilhões no trimestre.
O Conselho de Administração sugeriu então que os acionistas avaliem a criação da reserva para reter até R$ 6,5 bilhões do resultado do exercício social de 2022.
Venda de ativos
O governo poderá recomendar que a Petrobras suspenda em definitivo as vendas de alguns ativos que estavam em curso, após concluir uma análise o sobre os desinvestimentos da empresa, mas decisão final será da petroleira, afirmou nesta quinta-feira o presidente da companhia, Jean Paul Prates.
A empresa informou na quarta-feira que havia recebido um ofício do Ministério de Minas e Energia solicitando a suspensão das alienações de ativos por 90 dias, em razão da reavaliação da Política Energética Nacional, que está sendo reavaliada. “Está tudo suspenso para análise”, afirmou Prates, após participar de coletiva de imprensa sobre os planos para a empresa.
“Ele (o governo) pode recomendar (a suspensão definitiva da venda de alguns ativos), e aí a gente vai definir também.” Prates também comentou que os desinvestimentos de alguns projetos podem dar errado e destacou que “tem gente que já perdeu o prazo”.
Lucro recorde
Na terça-feira (1°), a Petrobras divulgou que seu lucro líquido registrado em 2022 foi de R$ 188,33 bilhões, recorde histórico da estatal. O resultado é 77% maior que do ano anterior.
Se considerado o quarto trimestre, o lucro líquido registrado é de R$ 43,34 bilhões, alta de 37,6% em relação ao terceiro trimestre.
O montante veio acima do resultado esperado por uma pesquisa da Refinitiv, que era de R$ 37,61 bilhões. O Ebitda — lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação — ajustado no período foi de R$ 73,09 bilhões.
A estatal divulgou seu balanço do quarto trimestre (4T22) e consequentemente os resultados do ano de 2022.