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Os preços do petróleo despencaram cerca de 6% nesta terça-feira, afetados por temores com as novas restrições relacionadas à pandemia na Europa e com o lento processo de vacinação contra Covid-19 no continente.
Os contratos futuros do petróleo Brent fecharam em queda de 3,83 dólares, ou 5,9%, a 60,79 dólares por barril, depois de atingirem uma mínima de 60,50 dólares durante a sessão.
Já o petróleo dos Estados Unidos (WTI) recuou US$ 3,80, ou 6,17%, para US$ 57,76 o barril, tendo atingido uma mínima de 57,32 dólares.
Ambas as referências operaram ao redor dos menores níveis desde 9 de fevereiro.
O spread do primeiro contrato do Brent entrou em “contango” pela primeira vez desde janeiro. O “contango” ocorre quando os primeiros contratos são mais baratos do que os para meses futuros, podendo encorajar operadores a estocar petróleo.
“O caminho para a recuperação da demanda por petróleo parece estar cheio de obstáculos, à medida que o mundo segue lutando contra a pandemia de Covid-19”, disse Bjornar Tonhaugen, head de mercados de petróleo da Rystad Energy.
“Os preços do petróleo voltaram a cair nesta terça, provando que a correção da semana passada não foi profunda o suficiente e que o mercado tem negociado com um sentimento excessivamente altista nos últimos tempos, ignorando os riscos da pandemia”, acrescentou.
Especialistas também mencionam que várias nações europeias enfrentam uma terceira onda de casos de covid-19. Na Alemanha, o governo decidiu estender o lockdown até 18 de abril, enquanto a França informou na segunda-feira que 4,5 mil pessoas estão em unidades de terapia intensiva, o maior número desde novembro de 2020. Já Portugal revelou que deve continuar em estado de emergência até, pelo menos, maio. Na Holanda, o primeiro-ministro, Mark Rutte, afirmou que o toque de recolher noturno no país deve durar ao menos até 20 de abril.
O analista do Commerzbank Carsten Fritsch destaca que no mercado à vista, o barril de Brent é negociado “com um desconto favorável”. “Isso indica bastante oferta de petróleo”, explica.
Reuters