Preços caem, mas gasolina tem maior valor médio de 2018

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Fonte: Tribuna de Minas

Pouco mais de um mês após o fim da greve dos caminhoneiros, os preços dos combustíveis em Juiz de Fora apresentaram queda, mas continuam pesando no bolso do consumidor. Logo após os dez dias de movimento paredista, que zerou as bombas e deixou o juiz-fora no sem abastecimento, o preço praticado na esmagadora maioria dos postos era de R$ 4,99 (gasolina) e R$ 3,29 (etanol) na cidade. Na mais recente pesquisa divulgada pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio da gasolina é de R$ 4,630 em Juiz de Fora, variando de R$ 4,579 a R$ 4,799, de acordo com o estabelecimento escolhido pelo consumidor. Já o litro do álcool é encontrado, em média, a R$ 2,997, com mínimo de R$ 2,919 e máximo de R$ 3,099. O que representa queda de 7,2% no caso da gasolina e de 9,11% em relação ao etanol. O último levantamento de preços feito pela agência na cidade aconteceu no dia 25 de junho.
Apesar de os preços terem apresentado queda, no caso da gasolina, é o maior valor médio praticado no ano. Em janeiro, a gasolina era vendida, em média, a R$ 4,377 em Juiz de Fora. Em fevereiro, o litro custava R$ 4,433. Em março, R$ 4,335; em abril, R$ 4,457; em maio, R$ 4,583; e junho, mês da greve, saía por R$ 4,808. Em relação ao etanol, os preços médios, em Juiz de Fora, são de: janeiro, R$ 3,070; fevereiro, R$ 3,130; março, R$ 3,119; abril, R$ 3,122; maio, R$ 2,990; e junho, R$ 3,096. No caso do álcool, é possível constatar que a média praticada hoje não está entre as mais altas do ano. Ao contrário, é uma das mais baixas, só perdendo para o valor médio do litro em maio. Os valores referentes a junho ainda não contemplam o mês cheio, mas o período do dia 1º ao dia 28. Na análise dos números, verifica-se que o etanol é mais vantajoso do que a gasolina, já que a paridade é de 64,7% na cidade. Para ser competitivo, o combustível de cana, por ter menor poder calorífico, precisa ter preço limite de 70% do derivado de petróleo.
Procon monitora preços
Sobre o fato de a gasolina ainda estar em patamares altos, o superintendente do Procon, Eduardo Schröder, avalia que, como o Governo não estabeleceu uma nova política de preços de combustíveis, o diesel recuou, mas a gasolina e o etanol continuam sofrendo aumentos. “Já sabíamos que, quando a oferta fosse retomada, haveria redução nos preços, mas não nos mesmos patamares de antes.” Conforme Schröder, o órgão de defesa do consumidor notificou mais de 70 postos na cidade a apresentarem as notas fiscais de compra e revenda, desde o dia 21 de maio até hoje. A meta, diz, é constatar se há ocorrência de práticas abusivas. Segundo o superintendente, com a volta à normalidade, o órgão deixa de realizar a fiscalização ostensiva, mas continua recebendo denúncias. “Estamos acompanhando a situação.”
Minaspetro identifica reflexos até hoje
O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro), por meio de sua assessoria, avalia que a greve dos caminhoneiros ainda traz reflexos para motoristas e setor produtivo da cadeia de comercialização de combustíveis. Isso porque, entre as medidas anunciadas pelo Governo federal para desmobilizar os grevistas, estava a promessa de redução do preço do diesel, nos postos, em cerca de R$ 0,46.
Conforme a entidade, desde o fim da greve e com a vigência das mudanças promovidas pela Petrobras no preço do óleo diesel, o combustível passou a chegar mais barato às companhias distribuidoras e, consequentemente, aos postos. No estado, informa o Minaspetro, a redução máxima foi de cerca de R$ 0,41, “o que ficaria abaixo do esperado pela população e amplamente divulgado pelo Governo Federal”.
O preço médio do diesel praticado em Juiz de Fora é de R$ 3,392, variando de R$ 3,290 a R$ 3,539 de acordo com o estabelecimento escolhido pelo consumidor. Durante o movimento grevista, o litro chegou a ser vendido a R$ 4,20 na cidade. Em relação a este período, em que os preços estavam profundamente pressionados, a queda é de 19,3%. O valor representa uma redução de R$ 0,33 em relação à média praticada em maio (R$ 3,723), de R$ 0,099 ante a média de abril (R$ 3,491) e de R$ 0,024 na comparação com a média de março (R$ 3,416).
Conforme a Minaspetro, a queda de R$ 0,46 somente seria possível se os estados reduzissem as alíquotas de ICMS e/ou reajustassem o valor base para cobrança do tributo. Em Minas, no entanto, não houve reduções nos valores de ICMS do diesel, “o que, possivelmente, não terá reflexos positivos para os consumidores que abastecem em Minas”. No início do ano, aliás, entraram em vigor as novas alíquotas do
imposto cobrado sobre a gasolina e o etanol hidratado, que aumentaram em dois pontos percentuais cada, “o que fez com que o preço desses combustíveis disparasse nos postos mineiros”. O sindicato destacou, ainda, que não existe tabelamento no setor. “O mercado de combustíveis é livre e cada empresário define seu preço de venda, que varia de acordo com vários fatores, tais como estratégias comerciais, localização e concorrência.”
Gasolina responde por 28% do IPCA-15 de junho
A prévia da inflação de junho (IPCA-15), divulgada pelo IBGE no final do mês passado, chegou a 1,11%, a maior variação para o mês desde 1995, quando o índice registrou 2,35%. Os grupos alimentação e bebidas (1,57%), habitação (1,74%) e transportes (1,95%) foram as principais influências para o resultado. O acumulado no ano chegou a 2,35%, e nos 12 meses, de 3,68%. Os combustíveis, dentro do grupo transportes, subiram 5,94% em junho, puxados pela gasolina (6,98%). O item foi responsável pelo maior impacto individual no índice, o que representou 28% do IPCA-15 de junho. Entre os nove grupos do IPCA-15, todos apresentaram alta em junho, exceto vestuário, que caiu 0,08%.
Influenciada pelos reajustes em energia elétrica, gasolina e óleo diesel, a inflação subiu de 0,22% para 0,40% em maio. Os maiores impactos individuais foram registrados na gasolina (alta de 3,34%) e nas passagens (-14,71%). O óleo diesel apresentou alta de 6,16% e, junto com a gasolina, reflete os aumentos de preços na refinaria. Entretanto, com a greve dos caminhoneiros e o desconto de 10% no preço do diesel esperado desde 24 de maio, o último período da coleta registrou preços menores. O etanol manteve a queda de abril (-2,73%), com os preços em média 2,80% mais baratos, informou o IBGE.

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