Tribuna da Bahia
Se a alimentação já está cara imagina o que sobra para a população que tem que se virar também para economizar gás liquefeito de petróleo (GLP). Tempos difíceis e cruéis. O preço do gás de cozinha disparou em Salvador, somente este ano foram 9 aumentos, ao redor de 5% cada um deles. . Em alguns bairros da cidade o preço do botijão de 13 kg pode chegar a R$ 86,00 reais, isso vai depender do bairro, da marca e da forma de pagamento. Para quem tem carro apropriado, o melhor é ir buscar.
Popularmente conhecido como gás de cozinha, o GLP, em salvador pode ter diferença de preço de até R$26,00 . Os valores variam entre R$59,99 e R$86 , incluindo diferentes formas de pagamento e modalidades de entrega.
Segundo o diretor do Sindicato dos Revendedores de Gás do Estado da Bahia (Sinrevgas), Robério Souza, essa variação está atrelada às diferentes marcas e também ao custo operacional de cada revendedor. Outros fatores para a alternância nos preços são as variações adotadas pela Petrobras. “A Petrobras passou a adotar basicamente duas variáveis: a cotação do barril de petróleo e a variável do dólar. As distribuidoras repassam os reajuste da Petrobras e adéquam seus preços, atribuindo ao dissídio coletivo, a data base das distribuidoras”, explica Robério.
Robério também lamenta, “os revendedores absorveram boa parte destes reajustes para não penalizar a população. A Petrobrás vem reajustando em torno de 5 % praticamente todo o mês. O salário não subiu, a dono de casa não suporta, e a classe dos revendedores está agonizando. Se repassássemos o reajuste ao consumidor, o preço hoje teria que ser de R$100,00, quase 10% do salário mínimo. A rede não está suportando podemos entrar em colapso de abastecimento. “
Os preços variam, ainda, mediante a forma de pagamento. Quem paga em dinheiro consegue um preço melhor. Na Rainha gás, na Baixa de Quintas, foi melhor valor encontrado pela reportagem da Tribuna da Bahia. Lá é possível encontrar o botijão de 13kg por até R$59,99 à vista e em dinheiro. No cartão sobre para R$ 65,00, entrega a dinheiro fica por R$ 70,00 e no cartão de crédito já sobe para R$ 75,00.
Na Sos Gás no Matatu o preço a vista sai por R$ 84 e no cartão R$ 86. Retirando no local fica por R$ 74 à vista e R$ 76,00 no cartão. Na Brasil gás do Subúrbio, o valor é de R$ 78,00, se for pagar parcelado sobre para R$ 83,00, indo até o local o valor baixa para R$ 70,00 à vista e no cartão fica R$ 75,00. Na Nordeste gás do Costa Azul , o botijão sai por R$ 72,00 em dinheiro à vista e fica por R$ 76,00 no cartão.
A cozinheira Celeste Santos, conta que está amargando muitos prejuízos, “a cozinha era meu sustento. Faço doces e salgados para festas, com a pandemia as festas foram canceladas. Comecei a fazer congelados e quentinhas para quem não pode sair de casa e os alimentos aumentaram muito, aliado a isso vem o alto preço do botijão de gás. Quem suporta isso? As vezes dá vontade de não trabalhar.”
Já Carmem Tânia, que atua com Buffet a situação não é diferente, “O meu é gás de cozinha encanado. Nós fazemos rateio no condomínio por cada apartamento e já houve registro de queixas de que eu gastava muito e quem não consumia pagava por mim.
Agora fazem a leitura mensal e cada um paga o que consome.” Mas ela dá uma dica que pode ajudar na redução do consumo, “fazer grandes quantidades e congelar vale muito a pena.”
Na última quarta-feira (4), a Petrobrás reajustou o preço médio do gás de cozinha em +5,0%. Segundo a estatal, o acréscimo puxa o preço médio da Petrobras para R$ 32,27 por botijão de 13kg. No acumulado do ano, houve um aumento de +16,1%, ou +4,47 R$/13kg no valor que o gás sai da refinaria, informa a empresa. Segundo a estatal, o acompanhamento da empresa aponta que, na semana de 18 outubro a 24 de outubro, 43% do preço ao consumidor final correspondiam à parcela da Petrobras e os demais 57% referiam-se a tributos e margens de distribuição e revenda.