Fonte: Folha de S. Paulo
Em busca de apoio para a aprovação da reforma da Previdência, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou a uma plateia de prefeitos, nesta terça-feira (9), que o governo vai ajudar a promover em dois anos um corte pela metade no preço do botijão de gás.
“O BTU [unidade de medida do gás] no Brasil, que tem gás, custa US$ 12. No Japão e na Europa, que não têm e importam da Rússia, custa US$ 7. E nos Estados Unidos, que tem gás natural, custa US$ 3. Ou seja, o gás no Brasil é mais caro do que em países que não têm gás”, afirmou.
Para promover a redução nos preços, em um programa que Guedes chamou de “Choque da Energia Barata”, o governo vai quebrar monopólios e criar competição no setor.
“É monopólio da Petrobras para refinar, das companhias estaduais para distribuir. Vamos quebrar esses monopólios e vamos baixar o preço do gás e do petróleo com a competição”, disse.
Guedes afirmou ainda que o governo pretende unificar até cinco tributos já neste ano e que, efetivada a mudança, a arrecadação será compartilhada com estados e municípios.
O plano é que esse seja o primeiro passo para uma reforma tributária mais ampla, também em estudo pela equipe econômica.
“Vamos baixar, simplificar, reduzir impostos para o Brasil crescer. É a reforma tributária. Primeiro, vamos pegar três, quatro, cinco impostos e fundir em um só. Vai chamar imposto único federal”, disse Guedes, que participou de painel na Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, conhecida como marcha dos prefeitos.
O ministro não detalhou quais tributos entrarão nessa primeira ação do governo. Segundo ele, prefeitos e governadores serão beneficiados com repasse de contribuições que hoje não são divididas com os governos regionais.
“Na hora que nós unificarmos no imposto único federal, serão todas elas compartilhadas”, disse, arrancando aplausos dos prefeitos que acompanhavam o discurso.
O ministro centrou sua fala na defesa da reforma da Previdência e disse que a aprovação da proposta permitirá uma ampliação dos repasses a municípios.
"Se aprovarmos essa reforma logo no primeiro semestre, nós já vamos para as próximas eleições com uma agenda muito positiva pela frente", afirmou.
O ministro voltou a defender que 70% da arrecadação do país fique com estados e municípios.
Ao defender uma futura implementação da chamada carteira verde e amarela, Guedes explicou que o modelo terá menos encargos, o que pode gerar mais contratações. Segundo ele, o melhor programa social é o emprego.
"Seremos sempre uma nação generosa, nós sempre ajudaremos os que ficaram para trás, mas não vagabundo que quer viver às custas dos outros", disse. "Não podemos premiar corrupção, vagabundagem, falta de espírito competitivo".