Valor Econômico
O preço médio do litro da gasolina no Brasil subiu 0,18% nesta semana, de R$ 6,596 para R$ 6,608, indicou pesquisa divulgada pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) nesta sexta-feira (14). Foi o primeiro aumento do combustível, após oito quedas consecutivas nas bombas. O levantamento da ANP é realizado em postos de combustíveis espalhados pelo país.
O preço do óleo diesel, por sua vez, avançou 1,46%, de R$ 5,344 para R$ 5,422. Já o etanol recuou 0,09%, de R$ 5,051 para R$ 5,046.
Inflação
A escalada de preços dos combustíveis na pandemia virou preocupação para Jair Bolsonaro (PL). Em 2021, o aumento de itens como a gasolina pressionou a inflação no Brasil, provocando reflexos na popularidade do presidente. No ano passado, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acumulou variação de 10,06%. Foi a maior alta desde 2015.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a escalada do IPCA foi puxada pelo grupo de transportes, que, por sua vez, refletiu a carestia dos combustíveis.
Pelos resultados do indicador de inflação, a gasolina disparou 47,49% no ano de 2021. Foi o principal impacto individual sobre o IPCA. O etanol, por sua vez, teve um salto de 62,23%.
Petrobras
Em diferentes ocasiões, Bolsonaro fez críticas à política de preços da Petrobras, que leva em conta as cotações do petróleo no mercado internacional e a variação do dólar para definir o patamar dos combustíveis nas refinarias.
Na terça-feira (11), a estatal anunciou aumentos no diesel, de 8%, e na gasolina, de 4,85%. O reajuste nos preços para as distribuidoras entrou em vigor na quartafeira (12). “Após 77 dias sem aumentos, a partir de amanhã a Petrobras fará ajustes nos seus preços de venda de gasolina e diesel para as distribuidoras”, disse a companhia, em nota, na ocasião.
A disparada do diesel na pandemia espalha uma série de reflexos em setores diversos da economia brasileira, já que encarece o transporte de cargas e passageiros.
Em 2021, a situação gerou uma onda de críticas dos caminhoneiros ao governo federal e à Petrobras. Parte da categoria chegou a organizar greves no ano passado, mas as paralisações não ganharam corpo.