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Fonte: Folha de São Paulo

O preço do álcool desacelera mais nesta semana, mas empresas se desfazem de estoques devido à chegada da nova safra.

Após a acentuada queda do petróleo, o preço do etanol hidratado recuou 5% nesta semana nas usinas paulistas, conforme o indicador diário da Esalq/BM&FBovespa.

O preço do etanol hidratado, que tem como base Paulínia (SP), porém, já vinham caindo desde 26 de fevereiro, quando havia atingido o maior valor do ano.

Antonio de Padua Rodrigues, diretor da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), diz que é um movimento normal de mercado. As expectativas pela redução do petróleo favorecem a desaceleração, mas o mercado já vinha se ajustando ao final da safra atual e início da próxima, que começa a partir de abril.

O novo preço do petróleo no mercado internacional ainda não chegou às bombas, segundo o executivo. Além disso, há o efeito do câmbio sobre os preços.

Há uma oferta equilibrada com a demanda e pelo menos 65 empresas, até o final de março, já terão iniciado a moagem da safra 2020/21.

Prevendo uma oferta maior de etanol a partir das próximas semanas, as usinas estão se desfazendo dos estoques, uma vez que os preços de mercado ainda são favoráveis.

Na primeira quinzena de abril, Pádua estima que mais 95 usinas começarão a moer cana, aumentando a oferta de etanol. Por isso, as empresas vendem agora para obter preços melhores.

O maior valor de negociação do etanol em Paulínia neste ano foi R$ 2,22 por litro, no final de fevereiro. O preço supera em 14% o de igual período do ano passado.

A duração do período de baixa do petróleo vai determinar o desempenho do setor. O caldo da cana é o mesmo e as usinas vão fazer açúcar ou etanol, conforme as melhores opções de mercado, segundo Padua.

Aqueles que aproveitaram os preços melhores do açúcar, e venderam na alta, vão produzir mais esse produto para cumprir contratos. Quanto ao etanol, o diretor da Unica acredita que o preço será viável para o consumidor e a demanda continuará aquecida.

Além do mercado interno, as usinas contam com o externo. As exportações não deverão repetir o bom desempenho desta safra, mas vão ser uma válvula de saída para as usinas.

Nesta safra, as exportações deverão atingir 1,9 bilhão de litros, devido ao aumento da demanda dos Estados Unidos e da Coreia do Sul.

No período de 2020/21, a taxa de câmbio e os preços do petróleo devem influenciar as vendas externas, segundo o diretor da Unica. Uma coisa é certa: a Califórnia continuará importando produto brasileiro

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