Fonte: IstoÉ
Os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa nesta segunda-feira, 5, pressionados pela intensificação das tensões comerciais entre Estados Unidos e China após Washington ameaçar uma nova rodada de tarifas sobre importações chinesas.
O petróleo WTI para setembro negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex) recuou 1,74% para US$ 54,69 o barril. Já o petróleo Brent para outubro comercializado na Intercontinental Exchange (ICE) caiu 3,36% para US$ 59,81 o barril, fechando no menor valor das últimas sete semanas.
Na quinta-feira, o presidente Donald Trump informou através de sua conta no Twitter que poderia aplicar tarifas de 10% sobre US$ 300 bilhões em produtos chineses, com início em setembro. Em relação ao fechamento de 31 de julho, dia anterior ao anúncio, o preço do WTI caiu 6,64% e o do Brent perdeu 8,05%.
Além das tarifas, há um impasse cambial entre as duas potências mundiais, após o dólar superar nesta segunda a marca psicológica de 7 yuans pela primeira vez desde 2008. Pelo Twitter, Trump voltou a dirigir críticas à política cambial chinesa, acusando Pequim de desvalorizar artificialmente o yuan para aumentar sua competitividade.
“A guerra comercial cada vez mais provável entre EUA e China está causando um impacto visível nos preços do petróleo”, afirma o analista Carsten Fritsch, do Commerzbank. Ele destaca que os dois países são os maiores consumidores mundiais da commodity energética, representando cerca de um terço da demanda global e metade do crescimento da demanda esperado para o ano.
Fritsch sugere que a escalada do conflito pode levar a Agência Internacional de Energia (AIE) a revisar suas projeções para a demanda mundial, após reduzir sua projeção de crescimento da demanda em 2019 para 1,1 milhão de barris por dia (bpd) no mês passado.
O analista do Commerzbank destaca, ainda, que os riscos à oferta representados por tensões no Oriente Médio têm sido ofuscados pela guerra comercial. “A notícia sobre o petroleiro iraquiano apreendido pelo Irã no final de semana foi amplamente ignorada”, afirma.