Petrobras aponta queda nas vendas de seu óleo no país e impacto de desinvestimentos

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(Reuters) – As vendas de petróleo da Petrobras no mercado brasileiro cairão para 1,252 milhão de barris por dia nos próximos cinco anos, versus média de 1,348 milhão de barris por dia entre 2015/2019, estimou a empresa nesta segunda-feira, à medida que a companhia vende refinarias e com exportação de parte do óleo que antes era destinado ao refino nacional.
Se a venda de ativos deverá reduzir o total de petróleo da Petrobras refinado no país, também poderá impactar negativamente a produção da commodity da estatal em 600 mil barris/dia de óleo equivalente no horizonte do plano, uma vez que campos de petróleo também serão desinvestidos, detalhou a empresa.
De outro lado, a Petrobras projetou um salto na sua exportação de petróleo para 891 mil barris por dia no período de 2021 a 2025, ante média de 445 mil bpd entre 2015 e 2019, em momento em que reforça investimentos nos produtivos campos do pré-sal, de acordo com apresentação mais detalhada de seu plano de negócios plurianual.
“Assumimos que os compradores de refinarias vão comprar parte relevante de petróleo de outras fontes. Assim, uma parcela do volume hoje alocado às nossas próprias refinarias poderá ser alocado para exportação”, disse a jornalistas o diretor executivo de Comercialização e Logística, André Barreto Chiarini.
A estatal, que hoje tem 13 refinarias localizadas em várias regiões do país, passará a ter cinco unidades de refino, todas concentradas no Sudeste, a principal região consumidora, com a venda de cerca de metade da capacidade atual de processamento de 2,2 milhões barris por dia.
Segundo o diretor, caberá aos novos operadores das refinarias da Petrobras a opção pelo mix de petróleo que desejarem.
“Podem optar pelo petróleo da Petrobras ou petróleo nacional de outros produtores. A princípio não faz sentido econômico a importação de petróleo por parte dos compradores (das refinarias) porque o mercado vai praticar preços de paridade de exportação, lembrando que vamos exportar mais forte, e terá um preço mais barato do que o produto importado”, disse.

DESINVESTIMENTO NA PRODUÇÃO
Antes de desinvestimentos, a produção total de petróleo e gás da Petrobras em 2025 está estimada em 3,3 milhões de barris/dia de óleo equivalente (boed) em 2025, versus 2,75 milhões em 2021.
Mas, considerando que a empresa quer vender campos em terra, águas rasas, 50% do polo de Marlim e Albacora e Albacora Leste, a estatal produziria estimados 2,7 milhões de boed em 2025 –com uma margem de 4% para mais ou para menos.
Com a venda de campos em terra e águas rasas, uma vez que a Petrobras busca focar em campos de pré-sal mais produtivos, a produção cairia 300 mil boed; com a alienação de metade de Marlim outros 200 mil boed; e com a venda de Albacora e Albacora leste, outros 100 mil boed.
A Petrobras detalhou que o campo de Búzios, no pré-sal, receberá 36% dos 46,5 bilhões de dólares em investimentos projetados para Exploração & Produção entre 2021-2025, enquanto os demais campos do pré-sal receberão 25% do montante.
Com isso, até 2025, a produção de petróleo do pré-sal representará 80% do total produzido pela Petrobras, ante 67% em 2021, ressaltou o diretor de Exploração & Produção da Petrobras, Carlos Alberto Pereira de Oliveira.
As linhas gerais do plano foram divulgadas na semana passada, apontando um corte de 27% nos investimentos em cinco anos em relação ao anterior, para 55 bilhões de dólares, visando preservar o caixa, já que a pandemia de coronavírus derrubou a demanda e os preços globais do petróleo.

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