Pesquisadora da FGV Energia analisa política de preços para gasolina e diesel da Petrobras

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Fonte: Portal fator Brasil

Desde o último aumento aplicado pela Petrobras ao valor dos combustíveis nas refinarias, a gasolina ficou 1,7% mais cara e o óleo diesel subiu 1,1% no preço final, na bomba. No acumulado, de julho a dezembro de 2017, o reajuste do preço da gasolina foi de 15%, segundo a ANP. De acordo com a pesquisadora da FGV Energia, pela nova política em vigor, a Petrobras avalia todas as condições do mercado, como cotações dos óleos marcadores internacionais e câmbio e efetua o ajuste de preços.
“Por um lado, a nova política é acertada, uma vez que demonstra que os preços dos combustíveis flutuam de acordo com o mercado internacional – atraindo possíveis investidores para o downstream brasileiro – e não de acordo com um tabelamento ou congelamento de preços do governo. Por outro, as constantes variações internacionais, influenciadas por múltiplos motivos, torna a variação constante”, avalia Fernanda Delgado.
A pesquisadora da FGV Energia, cita, por exemplo, questões geopolíticas como aumento das tensões no Oriente Médio, extensão do acordo de corte de produção entre os países da OPEP, crescimento da demanda e eventos climáticos no Golfo do México como motivos para a tendência de aumento dos preços do óleo cru no mercado internacional nas últimas semanas. Fernanda Delgado lembra ainda que a "era do petróleo" ainda não acabou e espera-se que o crescimento da demanda por hidrocarbonetos continue robusto para os próximos anos, ainda que com largas medidas de maior eficiência energética no mundo inteiro.
"Pressões de aumento de demanda sinalizam, principalmente, pressões nos preços para cima. Como o petróleo está com tendência de alta no mercado internacional, os combustíveis líquidos acompanham a tendência de alta no Brasil também", observa a especialista.
Impostos — O constante aumento dos preços já altera a rotina dos consumidores como a redução do consumo de gasolina em alguns estados (menos 3% de julho a outubro no Rio de Janeiro; menos 13% em Minas Gerais e 12% no Paraná), e a maior procura pelo etanol (quase 30% de aumento de demanda no mesmo período), mesmo que com o menor poder calorífero, o que leva a abastecimentos mais frequentes. "Para desonerar o consumidor final e diminuir a pressão inflacionária que os combustíveis exercem na economia, uma sugestão seria uma redução dos impostos federais e estaduais cobrados sobre estes, como a CIDE e o ICMS, que em alguns casos representam quase 50% do preço do combustível na bomba", propõe Fernanda Delgado.

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