Folha de S. Paulo
Países em desenvolvimento produtores de biocombustíveis começam a articular um plano de aliança global com fabricantes de veículos para desbancar os planos de montadoras chinesas de converter os motores a combustão em elétricos.
O assunto foi discutido entre líderes da Índia e Indonésia com o governo brasileiro durante o G20 e, em particular, com as montadoras.
Recentemente, uma missão do governo indiano esteve na fábrica da Toyota, no interior de São Paulo. A intenção era firmar um pacto com todo o setor para dar vazão à sua produção de etanol de milho.
A fábrica, que será um importante centro de distribuição para a América Latina, servirá como trampolim para os indianos -interessados em criar mercado para seu etanol à base de milho.
Ainda segundo relatos, os planos da Índia também contemplam os Estados Unidos, país onde as vendas de híbridos deslanchou.
Nas conversas com o governo brasileiro, a comitiva do país mencionou que, pela primeira vez, a curva de vendas de veículos 100% elétricos, a maioria da BYD, esboçou uma queda. Enquanto isso, os híbridos continuam em franca expansão, principalmente nos EUA.
A avaliação é que, com a posse de Donald Trump, haverá uma resistência maior à China, considerada uma janela de oportunidade para tentarem quebrar a onda positiva de fabricantes como BYD e GWM.
No Brasil, a indústria automotiva defende os biocombustíveis e os híbridos como alternativa de mercado.
O governo brasileiro, recentemente, lançou o Combustível do Futuro, programa de incentivo ao etanol e combustíveis menos poluentes.
Apesar disso, ainda não há uma aliança global entre os países em torno dos biocombustíveis, algo que deve ser discutido futuramente entre os governos, segundo assessores do Planalto (Folha, 21/11/24)