Fonte: Canal Online
A estruturação do RenovaBio é o principal legado ao país da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), nos últimos anos, segundo o diretor Aurélio Amaral, que deixará a agência no final deste mês. Ele destaca que foi uma grande satisfação trabalhar neste programa pelo que ele representa para o Brasil.
O Portal SIAMIG conversou com Aurélio Amaral durante a Abertura da Safra de Cana-de-Açúcar do Centro-Sul, promovida pelo Santander/Datagro, em Ribeirão Preto. Ele é advogado formado pela Faculdade de Direito de São Bernardo (SP) e entrou na ANP em 2009.
Portal SIAMIG – Qual balanço que o senhor faz da sua gestão na ANP?
Aurélio Amaral – Sem sombra de dúvida, de todas as regulamentações que pudemos contribuir a do RenovaBio foi a mais desafiante e mais relevante. O Renovabio tem uma beleza por aquilo que ele representa, com uma virada da matriz de combustível e do meio ambiente. É um plano de longo prazo e tivemos que mergulhar na estrutura do setor sucroenergético, trabalhar com os produtores, a Embrapa, com todos os envolvidos para chegar numa boa regulamentação. O passo inicial foi a certificação, depois a definição das metas com o sistema de penalização para as distribuidoras e, finalmente, a plataforma CBIO, onde ficam depositadas todas as operações. Depois vem a expedição do que chamamos de Pré-Cbio, até a escrituração para ser transformado em CBIO e a comercialização no mercado. Foi uma grande satisfação, com toda equipe, realizar este trabalho num prazo tão curto e ver hoje ele funcionando.
Portal SIAMIG – Quantas empresas já foram certificadas?
Aurélio Amaral – Até hoje (11/3) tem mais de 40 empresas certificadas, mais de 200 pedidos em processo de certificação, mais de 360 mil pré-CBIOS emitidos e todo dia é um pouco mais. Estamos fazendo um grande esforço para entregar o máximo de certificações possíveis.
Portal SIAMIG – Na sua opinião, acha que a comercialização do CBio será bem recebida pelo mercado?
Aurélio Amaral – O mercado passa um momento de dificuldade, com a queda no preço do petróleo, que afeta o setor sucroenergético. Mas vemos o Renovabio como uma fonte e um recurso que pode ajudar na proteção dessa crise e consolidar a matriz de biocombustíveis. Os desafios são grandes, mas vai existir uma comercialização em função das metas das distribuidoras, sendo um passo importante para o país mitigar os gases do efeito estufa.
Portal SIAMIG – O que senhor acha da venda direta de etanol?
Aurélio Amaral – Esse assunto está em discussão na agenda regulatória da ANP, que já emitiu a primeira nota técnica, mas para esse processo ocorrer tem que mexer no sistema tributário, é uma discussão que terá que amadurecer. Meu mandato acaba agora no final de março e infelizmente não poderei participar dessa discussão, mas estarei de fora ajudando no que for possível.
Portal SIAMIG – Quais os planos após o desligamento da ANP?
Aurélio Amaral – Eu saio da ANP no final deste mês, e terei que cumprir a quarentena obrigatória. Espero continuar contribuindo com a ANP e o setor de combustíveis. Vou ver o que a vida nos reserva, com certeza continuarei trabalhando com a área de combustíveis.
Fonte: Gerência de Comunicação SIAMIG