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Mesmo com o lucro bilionário em meio a recuperações tributárias, o mercado reagiu mal ao balanço da distribuidora de combustíveis Vibra Energia (BVMF:VBBR3). Entre os pontos de atenção mencionados por analistas, estão a diminuição das vendas de combustíveis e a perda de market share da companhia. Às 12h20 (de Brasília), os papéis recuavam 5,05%, a R$25,22.
A Vibra reportou um lucro líquido de R$3,3 bilhões no quarto trimestre do ano passado, ante R$566 milhões em igual intervalo do ano anterior. De acordo com o Bank of America (NYSE:BAC) (BofA), a distribuidora de combustíveis teria reportado forte resultado trimestral, mas o reconhecimento de créditos tributários e a Comerc, que tem a Vibra como sócia, roubaram a cena. O balanço contou com o reconhecimento de créditos de PIS/Cofins de R$ 2.591 milhões. “Esse crédito tributário deverá compensar o pagamento do imposto de renda nos próximos trimestres”, destacou o BofA.
O fluxo de caixa do acionista (FCFE, na sigla em inglês) de R$230 milhões foi considerado tímido, mas conforme esperado. O valor teria sido explicado principalmente por um consumo de capital de giro de R$ 645 milhões, com alta na linha de estoques. “Destacamos que esse consumo de WK era um tanto esperado, pois as distribuidoras de combustíveis decidiram encerrar o ano com maior nível de estoques em meio à expectativa de ganhos de estoques após o aumento do PIS/Cofins e ICMS no início do ano”. O BofA possui recomendação de compra para as ações, com preço-alvo de R$34.
Perda de market share
A diminuição de vendas totais de 2,5% na comparação trimestral ocorreu devido à queda nas vendas do diesel, gasolina e lubrificantes, segundo a EQI Investimentos, que teria sido atenuada pela elevação dos volumes vendidos de óleo combustível, combustível para aviação, coque e etanol. “Além disso, em 2023, especialmente a partir do 2T23, se estabeleceu uma nova dinâmica de suprimento do mercado brasileiro de diesel baixo enxofre, como consequência indireta do conflito ainda em curso no leste europeu”, completa a EQI.
De acordo com a Guide Investimentos, conforme o trimestre anterior, a empresa continua a perder fatia diante da nova dinâmica de mercado. “O volume distribuído foi 3% menor na comparação trimestral e 9% menor na comparação anual. Isso se deve pela nova dinâmica de importação (maior participação do diesel russo) e estratégia da companhia por priorizar os clientes B2B”, conclui.