Fonte: O Estado de S. Paulo
O resultado da Petrobrás veio melhor em 2016, com lucro no quarto trimestre, mas a melhora não é suficiente, segundo John Forman, ex-diretor da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e sócio da J.Forman Consultoria. Ao comentar os resultados da petroleira, o especialista minimizou também os ganhos com a redução da dívida, um dos maiores problemas do grupo.
O que sr. achou do resultado da Petrobrás?
O resultado deu uma melhorada, mas não foi uma grande melhorada. Os lucros (no 4.º trimestre) resultaram basicamente da venda de ativos. O volume de vendas caiu muito. A crise está fazendo estrago.
O fato de a dívida ter encolhido foi positivo?
Houve uma redução de dívida grande em reais, mas não tão grande em dólares. Caiu 20% em real e 4% em dólar. Isso aí é variação cambial, não tem nada a ver com eficiência nem resultado de pagamento. E tem que pagar em dólar, né?
E a produção?
A produção aumentou, mas as vendas diminuíram.
As exportações subiram 6% em 2016. Qual o efeito de depender mais de exportações?
Na exportação, a Petrobrás vai ter de obedecer o preço internacional. Não tem o controle que tem na venda interna, em que se pode fazer atrasos em relação à queda de preços (no exterior), manter (a cotação) mais cara, como manteve. Ao contrário do governo (da ex-presidente) Dilma (Rousseff), em que ela mandou baixar o preço (da gasolina e do diesel) em relação ao mercado internacional, a Petrobrás passou um bom tempo com o preço mais alto, o que ajudou o fluxo caixa dela.
A política de preços não é agora alinhada com o exterior?
Na venda interna, a Petrobrás tem a possibilidade de manipular um pouquinho, para manter um pouco melhor o fluxo de caixa dela.