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Com foco na recuperação da rentabilidade de seus negócios, a Ipiranga pretende aumentar o orçamento em 2022 e construir novas bases no Ceará, Pará e Goiás. O plano de investimentos da distribuidora de combustíveis, controlada pela Ultrapar, é de R$ 1,022 bilhão para este ano, o que representa um aumento de 26,6% em relação a 2021, quando a companhia investiu R$ 807 milhões.
Ao todo, a distribuidora prevê aportes de R$ 497 milhões na expansão do negócio e mais R$ 524 milhões em manutenção e outros investimentos.
O grupo anunciou ao mercado, nesta segunda-feira (25/4), que o plano de expansão da Ipiranga passa pela otimização da rede, por meio de embandeiramento de postos com maiores volumes de venda; pela expansão da infraestrutura logística, a partir da construção das novas bases de operação em Fortaleza (CE), Marabá (PA) e Rio Verde (GO); e pela expansão das lojas próprias e franquias da AmPm.
Além dos aportes na Ipiranga, a Ultrapar planeja investimentos de R$ 374 milhões na Ultragaz, distribuidora de gás liquefeito de petróleo (GLP), com foco na expansão e requalificação de tanques para novos clientes no segmento granel e na revitalização e abertura de revendas.
Também serão investidos, este ano, R$ 232 milhões na Ultracargo, com destaque para a outorga do terminal de Vila do Conde (PA), expansão da área IQI13 no porto de Itaqui (MA) e renovação do contrato de arrendamento em Santos (SP).
Ultra se concentra na recuperação da Ipiranga
O aumento dos investimentos da Ipiranga não deve se traduzir em grandes operações de aquisições. Em fevereiro, o presidente da Ultrapar, Marcos Lutz, afirmou que o foco da companhia será retomar a rentabilidade da distribuidora — cujas margens ficaram aquém do esperado em 2021.
O grupo Ultra chegou a negociar com a Petrobras, no ano passado, a aquisição da Refinaria Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), do Rio Grande do Sul, mas desistiu das negociações.
A operação seria uma oportunidade de verticalização dos negócios da Ultrapar, que atua na distribuição de combustíveis por meio da Ipiranga e Ultragaz.
“Não vamos fazer uma coisa [aquisição] gigantesca agora. A refinaria era um projeto, mas eu não acho que seria um projeto neste momento que seria bom para o momento que a gente vive, para um momento de taxa de juros que a gente vive e de instabilidade no setor de petróleo e coisas do gênero”, disse a investidores, em fevereiro.
Ao comentar sobre o interesse em entrar no mercado de gás natural, Lutz afirmou, na ocasião, que, embora “interessante”, o setor não oferece “entrada simples”.
Segundo ele, o grupo ficou de fora do leilão da distribuidora gaúcha de gás canalizado, a Sulgás, em 2021, porque não viu no ativo “uma maneira de entrar rentavelmente” no segmento.