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Valor Econômico

A falta de resposta da Petrobras ao aumento dos preços do petróleo está inviabilizando economicamente a importação de gasolina e diesel para o Brasil, disse a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).

A gigante estatal do petróleo mantém os preços dos combustíveis estáveis desde janeiro, e a diferença entre os preços nas refinarias e os internacionais aumentou para 27% no caso do diesel e para 22% no da gasolina, segundo a Abicom.

A Petrobras mantém sua política de acompanhar os preços internacionais, mas não repassa imediatamente a volatilidade aos consumidores, disse a empresa em resposta a perguntas, acrescentando que a Abicom representa apenas uma pequena parcela dos importadores brasileiros.

Mesmo antes do aumento que levou o petróleo ao nível mais alto desde 2008, a Petrobras já estava sob pressão de políticos de todos os matizes para manter os preços dos combustíveis sob controle. Há dois projetos de lei no Congresso para combater a alta dos preços, e o presidente Jair Bolsonaro disse na quinta-feira que a Petrobras sabe o que deve fazer para contribuir para que os preços domésticos dos combustíveis não subam.

Ele acrescentou que, em um momento de crise como esse, a empresa poderia optar por lucros menores para ajudar a conter os preços ao consumidor, mas disse que não iria interferir.

O rali histórico das commodities após a invasão da Ucrânia pela Rússia é uma faca de dois gumes para Bolsonaro, que tentará sua reeleição em outubro. Embora o Brasil receba uma receita fiscal inesperada com o aumento dos preços do petróleo e do minério de ferro, o impacto mais imediato para os brasileiros são os preços mais altos de alimentos, eletricidade e combustível.

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