Valor Econômico
Situação se repete no caso do diesel, cuja diferença é de 7%; combustíveis estão sem reajuste há 45 dias
Os preços da gasolina e do diesel comercializados pela Petrobras atingiram nesta segunda-feira, 23, o patamar mais baixo em relação ao mercado internacional neste ano.
Dados da Abicom, associação que reúne as importadoras, indicam que o valor da gasolina vendida pela Petrobras está 14% (R$ 0,49) abaixo do comercializado no exterior. O mesmo ocorre com o diesel, cujo litro está 7% (R$ 0,34) abaixo da paridade internacional.
Segundo Sergio Araujo, presidente da Abicom, os valores abaixo da cotação internacional dificultam o avanço das importações, que representam cerca de um terço do mercado.
Além disso, Araujo lembra que a Petrobras está há 45 dia sem alterar seus preços nas refinarias. No dia 7 de dezembro, a estatal reduziu o valor da gasolina nas refinarias de R$ 3,28 para R$ 3,08. No mesmo dia, o preço do diesel passou de R$ 4,89 para R$ 4,49. Desde o dia 17 de janeiro, o preço do Brent vem subindo no exterior. Nesta segunda, a cotação está em US$ 88,25, uma alta de 0,71%, no maior patamar do ano.
Na semana encerrada no dia 13, os preços da gasolina e do diesel registraram queda nos postos de combustíveis, de acordo com pesquisa feita pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Segundo a ANP, o preço médio da gasolina, por litro, caiu de R$ 5,12 para R$ 5,04, após duas semanas de alta. Já o preço médio do litro do diesel recuou de R$ 6,41 para R$ 6,36 nesta semana, após semanas consecutivas de aumento. O conselho da estatal se reúne na próxima quinta-feira, 26.
O presidente indicado da Petrobras, Jean Paul Prates já indicou, em entrevistas recentes, que pretende fazer alterações na política de preços da companhia, embora descarte uma intervenção. Disse que o preço será vinculado de alguma forma ao mercado internacional, mas não especificou como. Hoje, os preços seguem as cotações internacional do dólar e do câmbio.
No início deste mês, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) pediu a instauração de inquérito para apurar possíveis irregularidades na alta de preços dos combustíveis no país este ano. Em outra frente, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), vinculada ao Ministério da Justiça, notificou sete entidades ligadas ao setor de combustíveis em Rio, São Paulo e Paraná, após relatos sobre aumento de preços da gasolina serem compartilhados em redes sociais e noticiados pela imprensa.