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O Globo

Etanol não vale a pena em nenhum lugar do país, mas tanque de gasolina come quase 7% da renda do brasileiro
Encher um tanque de gasolina come quase 7% da renda dos brasileiros, mostra estudo inédito elaborado pela Veloe e pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). O levantamento também concluiu que o etanol não vale a pena em lugar nenhum no Brasil.
O custo médio para encher um tanque de 55 litros foi equivalente a 6,8% da renda domiciliar média do país no terceiro trimestre de 2022 (último dado disponível). Um trimestre antes o indicador havia atingido seu pico de 9,3%. Em 2017, o dado era de cerca de 5,5%.
O combustível pesa mais para quem vive no Nordeste (11,2%) e menos para quem está no Sudeste (5,7%). A pior situação é dos maranhenses, que sacrificam 12,8% de tudo o que ganham para encher o tanque, enquanto no rico Distrito Federal esse peso é de apenas 3,4%.
Nas capitais, que concentram renda maior, a média brasileira é de 4,4%, chegando a 8,5% em Rio Branco e a apenas 3,3% em Florianópolis.
Gasolina fica 23,6% mais barata em 12 meses; diesel e GNV disparam
Quanto à vantagem do etanol, o levantamento concluiu que ele está custando em média o equivalente a 80,8% da gasolina comum nas capitais. Como ele é menos eficiente, essa média significa que abastecer com álcool é perder dinheiro. Mesmo nos lugares onde essa relação é menor — Goiânia (74,9%), Mato Grosso e Cuiabá (ambas com 71,5%) —, o etanol é no máximo equivalente à gasolina em termos de custo-benefício.
Segundo o estudo, o litro da gasolina custava em média R$ 5,108 no Brasil em janeiro, alta de 2,8% em relação a dezembro, mas uma queda de 23,6% em 12 meses. O preço do etanol foi de R$ 3,919 por litro (recuo de 22,6% em 12 meses). Nesse intervalo de tempo, porém, ficaram mais caros o GNV (11,2% mais, para R$ 5,143), o diesel comum (R$ 6,424, alta de 15,7%) e o diesel S-10 (avanço de 15,8%, para R$ 6,502).
O novo Monitor de Preços de Combustíveis será mensal e vai acompanhar o custo médio pelo Brasil, compará-lo com a renda e calcular a vantagem de se trocar a gasolina pelo etanol em carros flex. O levantamento vai usar dados transacionais da Veloe — empresa de tags de estacionamento e pedágio de Bradesco e Banco do Brasil —, da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe (IPCFipe).

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