A Tarde / Opinião
Uma saída provisória de perfil conciliatório, e proporcional à urgência da demanda, seria o congelamento temporário dos valores
A frequência de alta nos preços dos combustíveis tem provocado dúvidas sobre a política de administração privada da Refinaria Landulpho Alves, em Mataripe, Região Metropolitana de Salvador. Além da passagem do controle para a propriedade da Acelen, a insistência federal na adoção da paridade do preço internacional para venda de combustíveis no país segue provocando efeitos de consequências imprevisíveis.
Os cinco reajustes praticados este ano produzem o risco de tornar-se mau hábito, pois sabe-se o quanto dependem do abastecimento dos tanques os custos dos produtos e serviços, em um processo de descontrole inflacionário.
O mês é apenas o terceiro do ano, ainda entrando na sua segunda semana, mas já chega a 35% o volume de reajuste, penalizando a circulação de mercadorias em território baiano, ao permitir o espanto geral do provável erro tático dos gestores federais.
Já se pode verificar a formação de um levante com a participação de movimentos de categorias variadas, unindo patrões e empregados. Um cenário a motivar ministérios sobre a necessidade emergencial de colocar-se um freio à escalada de preços, embora altas autoridades do setor em Brasília acusem a cobrança do ICMS como o incêndio a ser debelado pelos governos estaduais, tendo o da Bahia prontificado-se a colaborar, após acurada análise do quadro de dificuldades.
Uma saída provisória de perfil conciliatório, e proporcional à urgência da demanda, seria o congelamento temporário dos valores praticados nas bombas, admitindo o gabinete do presidente Jair Bolsonaro a instabilidade gerada na aquisição do barril, devido à ocupação russa da Ucrânia, levando em alta conta, por acréscimo, os R$ 106 bilhões de superávit da estatal ano passado, sinalizando saldo em caixa para socorrer os brasileiros.