E a Petrobras come a dar adeus a Bahia, onde o petróleo era nosso

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Rio de Janeiro - Sede da Petrobras (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

A Tarde

Por Levi Vasconcelos

Diz a história que em 2 de julho de 1948, dois dias antes de morrer, o escritor Monteiro Lobato, em sua última entrevista, declarou: ‘O petróleo é nosso’. Fazia coro com os que defendiam a exploração do petróleo no Brasil, descoberto no Lobato, em Salvador, três anos antes, por brasileiros. Aí estava o embrião da Petrobras.
Se o poço do Lobato não era comercial, a Bahia tinha outros potenciais, especialmente na região de Alagoinhas. Agora, a Petrobras anuncia que está tirando o time. Vai vender 28 campos em 10 municípios, de onde se extraem 30 mil barris por dia, o que dá algo em torno de R$ 2 bilhões por ano.
No conjunto, segundo Radiovaldo Costa, diretor licenciado do Sindipetro (é candidato a prefeito em Alagoinhas), são 3.200 funcionários, 700 concursados e 2.500 terceirizados.
Perdas — Eles estão espalhados pelos municípios de Alagoinhas, Esplanada, Araçás, Cardeal da Silva, Entre Rios, Catu, Pojuca, Mata de São João, Candeias e São Francisco do Conde. Diz Radiovaldo que os concursados a Petrobras será obrigada a transferir para Rio de Janeiro ou São Paulo e estimular aposentadorias.
– As novas empresas, muitas delas já conhecidas, trabalham com bem menos gente, pagam menos e às vezes suprimem até direitos. A Bahia só tem a perder.
Pois é. A exploração petrolífera que começou na Bahia segue mais de meio século depois assim, com a sensação de que o petróleo era nosso.

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