Fonte: O Globo
Após a intervenção do presidente Jair Bolsonaro para impedir o reajuste do diesel pela Petrobras, deputados já se movimentam para antecipar a ida do presidente da estatal, Roberto Castello Branco, à Comissão de Minas e Energia da Câmara.
Há onze dias, foi aprovado um convite, de autoria do deputado Padre João (PT-MG), para o executivo ir à Câmara falar justamente sobre a política de preços de combustíveis. A negociação era para um depoimento em maio. Mas, diante da intervenção de Bolsonaro, que levou à queda de 8,5% nas ações da empresa, pode haver antecipação ou mesmo a convocação de Castello Branco.
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Segundo o presidente da comissão de Minas e Energia, Silas Câmara (PRB-AM), a atitude de Bolsonaro preocupa. A intenção do colegiado, diz o deputado, era dar mais tempo para que o executivo se organizasse e trouxesse “os desafios” que serão enfrentados por sua gestão na estatal. Mas o cenário mudou, afirma:
— Vamos dialogar na segunda-feira (hoje), pois achamos perigoso o acontecimento (a suspensão do reajuste a pedido de Bolsonaro). Não foi bom nem para o presidente da República nem para Petrobras. Pior para os acionistas.
Integrante da comissão, o líder do PCdoB, Orlando Silva, diz que a oposição quer esclarecimentos:
— Precisamos saber se quem manda no preço dos combustíveis é Bolsonaro ou a Petrobras. Não pode, numa trapalhada feita pelo presidente, a Petrobras perder R$ 32 bilhões em valor de mercado.
Amanhã Bolsonaro se reúne com a cúpula da Petrobras e o Ministério de Minas e Energia para discutir o preço do diesel. O governo teme uma nova greve de caminhoneiros.