Estadão
A disparada do preço do petróleo no mercado internacional aumentou a defasagem do preço da gasolina e do diesel vendido pela Petrobras no mercado interno, inviabilizando importações, segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).
A defasagem média do diesel está em 8%, e da gasolina em 11%, segundo a entidade, que destaca ainda a pressão do dólar sobre os produtos, que mesmo em viés de baixa ainda se encontra em um patamar elevado. Em Araucária, no Paraná, a defasagem da gasolina chega a 13%, de acordo com dados divulgados pela associação.
No porto de Aratu, na Bahia, estado onde está localizada a Refinaria de Mataripe (ex-Rlam), primeira unidade vendida pela Petrobras dentro do seu plano de desinvestimentos, a defasagem da gasolina em relação aos preços internacionais é de 4% e do diesel, de 3%.
A oferta apertada de petróleo no mercado também está contribuindo para a alta dos preços externos, que a cada dia são mais afetados também pelo conflito entre Rússia e Ucrânia. Com o agravamento da crise, o petróleo saltou nesta terça-feira para mais de US$ 97 o barril nos contratos de abril.
O óleo diesel está há 42 dias sem reajuste no mercado brasileiro, quando foi elevado em 8,1%. Dependendo do porto de operação, a defasagem do diesel varia entre R$ 0,36 e R$ 0,13 por litro, com média nacional de R$ 0,31/L. A gasolina também está há 42 dias sem reajuste, após aumento linear de 4,9% em todos os mercados.
Para equiparar aos preços internacionais, a Petrobras teria que elevar o preço, em média, em R$ 0,40 por litro. Segundo a Abicom, a defasagem da gasolina varia entre R$ 0,48 e R$ 0,16, dependendo do porto.