Fonte: Reuters
O consumo de Gás Natural Veicular (GNV) no Brasil deverá crescer cerca de 12 por cento em 2018, para média de 6,1 milhões de metros cúbicos por dia, com uma elevação do número de carros que utilizam o combustível, afirmou à Reuters nesta quarta-feira o gerente de competitividade da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), Marcelo Mendonça.
Contribuem com o crescimento, segundo ele, maior competitividade do GNV ante combustíveis líquidos, aumento da percepção de segurança de oferta por parte de consumidores, após a greve dos caminhoneiros, e a política de preços da Petrobras para a gasolina adotada desde o fim de 2016.
Embora em outros países o GNV já seja utilizado para veículos pesados, Mendonça pontuou que no Brasil o combustível abastece veículos leves, tendo então como concorrentes a gasolina e o etanol.
“Os últimos três anos já foram de crescimento, muito em função da competitividade, mas de 2017 para 2018 houve uma alteração importante: a mudança de precificação (de combustíveis) por parte da Petrobras, adotando uma política... atrelada ao mercado internacional. Essa alteração permitiu que o consumidor realmente tivesse uma realidade de mercado”, disse Mendonça.
No fim de 2016, a Petrobras lançou uma política de preços para a gasolina em suas refinarias que segue indicadores internacionais e, há mais de um ano, tem feito reajustes quase que diários do combustível fóssil, sempre em busca de rentabilidade.
No passado recente, o governo controlava os preços da gasolina, evitando repasses aos consumidores e mantendo valores artificialmente baixos.
Entretanto, Mendonça frisou que o crescimento do consumo do GNV recebeu um impulso ainda maior neste ano, devido a uma história greve de caminhoneiros em maio, que deixou diversos postos de combustíveis desabastecidos de gasolina e etanol no Brasil.
Enquanto a gasolina e o etanol são amplamente distribuídos por rodovias, o GNV é entregue via tubulações.
“Esse crescimento (do consumo) tem aumentado muito depois da greve dos caminhoneiros, porque o gás natural, por ser um combustível que é recebido via canalização, independe do transporte rodoviário e acabou sendo um energético de segurança, que propiciou a mobilidade dos caminhoneiros durante esse período de crise”, afirmou Mendonça, em uma entrevista pelo telefone.
No primeiro semestre, houve um aumento do consumo de GNV de aproximadamente 10,8 por cento em comparação ao mesmo período do ano passado, para cerca de 5,8 milhões de metros cúbicos por dia.
Em maio, mês da greve dos caminhoneiros, o consumo de GNV teve destaque ainda maior, com alta de 13,9 por cento frente ao mesmo mês de 2017.
Atualmente, cerca de 2 milhões de veículos no Brasil podem consumir GNV.