Conselho da Petrobras debate política de preço – e o futuro da estatal

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Fonte: Exame.com

Depois de a Petrobras perder 126 bilhões de reais em valor de mercado em uma semana, a terça-feira não deve ser das mais tranquilas na rua Chile, sede da companhia, no centro do Rio.

O conselho de administração da Petrobras se reúne nesta terça-feira às 10h para estudar a proposta do governo federal de reembolsar a petrolífera por eventuais prejuízos decorrentes da nova política de reajuste do óleo diesel, segundo o acordo feito pela administração Michel Temer com os caminhoneiros grevistas durante o final de semana. A nova regulamentação prevê um corte de 0,46 real por litro no preço do combustível por 60 dias, com redução de impostos e subvenção da União, e, depois, novos ajustes mensais – e não até diários, como vinha acontecendo desde meados do ano passado.

“Um dos principais pontos do acordo a serem monitorados é a forma como essa compensação será calculada e paga à empresa”, os analistas do Itaú Ciro Matuo, Thais Piovesan e Akinori Hieda escreveram em relatório a clientes ontem. “Tal regra vai afetar o fluxo de caixa da companhia no segundo semestre do ano – um impacto que não parece significativo – e pode indicar quão protegido estará o modelo de precificação da Petrobras durante os próximos governos. Além disso, as crescentes críticas a Pedro Parente, presidente da empresa, podem aumentar as preocupações dos investidores, dado o seu importante papel na melhora e manutenção das regras de governança da petrolífera.”

Na segunda-feira, a ação preferencial da Petrobras despencou 14,6%, para 16,91 reais, enquanto a ordinária recuou 14,07%, para 19,79 reais, significando que a companhia perdeu cerca de 40 bilhões de reais em valor de mercado em um dia.

Parente tirou a empresa do limbo para colocá-la de volta na liderança entre as maiores companhia do país, com valor de mercado que chegou a 368 bilhões de reais. Mas as consequências da revisão de preços levaram analistas a prever, inclusive, sua saída da companhia. A possibilidade foi negada pelo governo, mas a reunião de hoje será analisada com cautela não só pelos seus efeitos sobre os preços cobrados pela Petrobras. O próprio destino de seu presidente pode estar na mesa de discussões.

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