Carro elétrico – veja as opções à venda no Brasil

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Fonte: Quatro Rodas

Carro elétrico ainda tem custo alto, mas são menos poluentes e com menor custo de uso

Nas últimas duas semanas o mercado brasileiro recebeu nada menos seis opções para quem procura um carro elétrico. Para um mercado que até então contava apenas duas opções e pelo menos outras três promessas, é um salto considerável. O primeiro anúncio foi da JAC Motors, que apresentou cinco modelos que terão início de vendas entre outubro e junho de 2020. O segundo lançamento, com distribuição para as próximas semanas, é o Chery Arrizo 5e.
Esses dois lançamentos reacendem uma discussão que ganhou volume no último Salão do Automóvel, em novembro passado, quando GM, Nissan, Renault, Chery, Mercedes apresentaram suas propostas elétricas para o mercado brasileiro. E a pergunta que fica é: Vale a pena comprar um carro elétrico no Brasil?
Para responder essa pergunta, primeiramente temos que levar em conta a condição empírica de se ter um carro elétrico, que é não emitir gases nocivos ao meio ambiente. Se essa consciência for a razão da sua compra não há o que questionar.

Longe do posto de combustível
No entanto, o grande argumento para se apostar num carro elétrico é o doce mundo sem posto de combustível. Com o litro da gasolina nas alturas, a ideia de não precisar deixar um boa parte de seu dinheiro na bomba chega a ser tentador. É ou não é?

Preço
Um dos grandes vilões dos elétricos é o preço. Para se ter uma ideia, o modelo mais barato, que ainda nem começou a ser vendido, é o JAC iEV20. Derivado do finado J2 esse carrinho com jeitão de aventureiro, custará R$ 120 mil. Com mais R$ 5 mil, o consumidor leva para casa o novo Toyota Corolla, com motor híbrido.
Já o iEV40, que deriva do T40, custa nada menos que R$ 154 mil. Já o modelo convencional parte de R$ 67.500, na versão com caixa manual e R$ 75.500, na versão com caixa CVT. Ou seja, o elétrico custa mais que o dobro do que é pedido pela variante a combustão. Daria para comprar dois T40 e ainda sobra R$ 3 mil de troco.
Considerando o preço médio do litro de gasolina no varejo nacional em setembro, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), na ordem de R$ 4,31, se o valor a mais para levar o elétrico fosse revertido em combustível seria possível comprar 18.213 litros de gasolina. Trata-se de uma conta bastante rudimentar, que não considera reajustes para cima ou para baixo. Se o amigo leitor rodar uma média de 20 mil quilômetros por ano. Seriam nove anos de abastecimento.
Para não parecer que é picuinha com a JAC, o mesmo se aplica ao Arrizo 5e, que custa R$ 160 mil. Sua versão a combustão parte de R$ 65 mil. Ou seja, uma diferença de quase R$ 100 mil reais. Nessa conta ainda entram modelos como o Nissan Leaf (R$ 195 mil), Renault Zoe (R$ 150 mil) e pioneiro BMW i3, que parte de R$ 206 mil. Ou seja, eles são muito caros, devido ao alto custo dos componentes, principalmente das baterias que podem chegar a 50% do valor do carro.

Recarga
Outro ponto que deve levado em consideração é a recarga das baterias. Os automóveis elétricos foram projetados para uso urbano. Assim, entende-se que seu proprietário rode durante o dia e recarregue à noite, quando o custo do kWh é mais barato. Em casa, há duas formas de carregamento, na rede elétrica (que em diversos modelos precisa ser 220v) ou nos carregadores, os populares Wall Box.
Na tomada, dependendo do modelo o tempo pode variar de 8 horas a até 20 horas. Já com o uso dos carregadores o tempo médio gira entre 4 horas e 8 horas.
Outra opção são os postos de recarga rápida. No Brasil são cerca de 100 pontos de recarga, a grande maioria deles em São Paulo e nas capitais do Sudeste. Marcas como BMW e Volvo encabeçam projetos para ampliar esses pontos. A marca alemã quer terminar 2019 com mais 40 carregadores. Já a sueca pretende instalar 250 postos a médio prazo.
A vantagem desses pontos é que eles permitem recarga rápida, em que se pode obter 80% da carga em menos de uma hora, dependendo do modelo. No entanto, nem topo ponto de recarga é apto para todos os elétricos, uma vez que há padrões diferentes de conectores.

Conta de luz
A maioria dos automóveis elétricos vendidos no Brasil podem ser recarregados na tomada, desde que a tensão seja de 220v. Caso contrário é preciso solicitar a operadora que a alteração da tensão, o que não é gratuito. Há opções que aceitam rede 110v, mas o tempo de recarga é muito maior.
Outra opção é adquirir um Wall Box, que são vendidos pelos próprios fabricantes. O preço médio gira em torno dos R$ 8 mil. Mas há opções mais caras como a caixa da Jaguar, vendida por R$ 30 mil.
Fora isso é preciso calcular o quanto seu elétrico vai “puxar” quando estiver na tomada. Segundo engenheiros, o custo corresponde à potência da rede, que é de 2,2 kWh. Assim, um carro que demandar 8 horas de recarga irá consumir 17,6 kWh. Para saber quanto vale cada kWh em real, é preciso verificar a tabela de sua operadora, além de fatores como a bandeira vigente no mês.
Outra opção é instalar sistema de captação solar, via painéis fotovoltaicos. No entanto, esse procedimento demanda aprovação da companhia energética, que passa a consumir a produção excedente e reverte em bônus nas faturas futuras. O custo da instalação pode variar entre R$ 20 mil a R$ 40 mil.

Manutenção
Um dos argumentos que fabricantes evidenciam a favor do carro elétrico é o custo de manutenção reduzido. Como não precisam trocar lubrificantes, filtros (de ar, combustível e óleo), assim com velas, cabos e correias, suas visitas à rede autorizada é mais espessada. Geralmente os itens e desgaste que demandam o mesmo cronograma de manutenção são pneus, pastilhas, discos, rolamentos e amortecedores, além da velha bateria 12v, que alimenta funções elétricas convencionais.

E então?
Os automóveis elétricos são um caminho sem volta. E mercados como norte-americano, chinês, europeu e japonês, eles já representam um percentual considerável de vendas. Por aqui o processo ainda está engatinhando. Os preços são elevados, falta estrutura para recarga e os custos de projetos para carregar de forma doméstica são muito caros.

Talvez, o melhor caminho para quem realmente busca não agredir ainda mais o meio ambiente é optar num híbrido. Ou então abastecer seu automóvel com álcool (que apesar de emitir gases nas queimadas do canavial antes da colheita), não polui quando detonado no motor.
Modelos disponíveis no mercado BMW i3 – A partir de R$ 206 mil
• Autonomia 180 km (385 km no ciclo NEDC)
• Potência 125 kW (170 cv)
• Baterias: 27,2 kWh
• Tempo de Recarga: 3h30 horas em Wall Box (para autonomia de 200 km)
Chery Arrizo 5e – R$ 160 mil
• Autonomia 322 km
• Potência 90 kW (122 cv)
• Baterias: 54 kWh
• Tempo de recarga: 8 horas em Wall Box para 100% da carga / 20 horas em rede 220v
Chevrolet Bolt EV – R$ 175 mil (entregas a partir deste mês)
• Autonomia 383 km
• Potência 149 kW (203 cv)
• Baterias: 60 kWh
• Tempo de recarga: 9 horas em rede 220v
JAC iEV40 – R$ 154 mil
• Autonomia 350 km (no modo ECO)
• Potência 84 kW (115 cv)
• Baterias: 40 kWh
• Tempo de recarga: 4 horas em Wall Box (para 80% da carga) / 8 horas em rede 220v
Jaguar I-Pace – RS 452 mil
• Autonomia 470 km
• Potência 294 kW (400 cv)
• Baterias: 90 kWh
• Tempo de Recarga: 8 horas em Wall Box / 20 horas em rede 220v
Nissan Leaf – R$ 195 mil
• Autonomia 240 km
• Potência 102 kW (149 cv)
• Baterias: 40 kWh
• Tempo de Recarga: 8 horas em Wall Box / 20 horas em rede 220v
Renault Zoe – R$ 150 mil
• Autonomia 300 km
• Potência 67 kW (92 cv)
• Baterias: 41 kWh
• Tempo de Recarga: 7 horas em Wall Box

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