Valor Econômico
A diretora do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciana Costa, afirmou nesta quinta-feira (19) que o Brasil conta com US$ 40 bilhões em projetos de hidrogênio “verde” alinhados ao conceito de “powershoring”, que é a estratégia corporativa de descentralizar a produção para países que produzem energia limpa.
Segundo ela, trata-se de projetos em fase de maturação, que ainda não tiveram decisão final de investimento. Como diretora de infraestrutura, transição energética e mudança climática, Costa afirmou que o banco de fomento acompanha um conjunto de iniciativas voltadas para energia limpa que valoriza o uso de novas tecnologias, o que inclui a produção de biometano.
Durante debate no Brazil-US Climate Impact Summit 2024, a diretora do BNDES disse que a instituição financeira promoveu grande incentivo a investimento com perfil de powershoring. Isso ocorreu antes mesmo do conceito ser difundido, por meio do apoio financeiro à construção de hidrelétricas e outros projetos de fontes renováveis.
O debate ocorreu no evento promovido pelo Valor e pela Amcham na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York.
Para a diretora do BNDES, o Brasil tem avançado com o aperfeiçoamento do ambiente regulatório ao aprovar novos marcos legais, como o do hidrogênio verde. Ela defendeu que é preciso avançar com a aprovação da lei que vai regulamentar o mercado de carbono no país.
Em alguns setores, o Brasil tem atraído investimento mesmo sem definir uma regulamentação, disse Costa. E citou o caso do segmento de data-centers que, na sua avaliação, poderia se desenvolver mais ainda se tivesse regulação melhor elaborada.
O custo de capital ainda é um entrave no Brasil para conseguir atrair mais projetos powershoring. Isso ocorre, disse, pelo fato do país não ter “investment grade” e a taxa de juros local ainda ser muito alta.