Brasil é pressionado pela Opep a reduzir produção de petróleo

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Fonte: O Globo

O governo brasileiro está sendo pressionado a participar de um acordo costurado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para cortar a produção global de petróleo, de maneira a fazer subir o preço do produto em todo o mundo. As conversas se intensificaram nos últimos dias, mas ainda não há decisão tomada por parte do Brasil, segundo fontes que acompanham as negociações.

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O ministro de Minas e Energia do Brasil, Bento Albuquerque, teve uma longa reunião na terça-feira com o secretário de Energia dos Estados Unidos, Dan Brouillette, para discutir o assunto. O aumento dos preços também pode interessar aos EUA por causa da forma como o petróleo é extraído naquele país.

Um patamar muito baixo, segundo especialistas, dificulta a produção do petróleo de xisto. Fraturas e perfurações hidráulicas em campos de xisto converteram os Estados Unidos em um poderoso exportador da commodity.

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Os países membros da Opep se reúnem hoje para discutir um corte coletivo na produção, que pode chegar a dez milhões de barris por dia — o maior da história — como forma de combater os efeitos do coronavírus, que tem prejudicado muito a demanda. Com menos petróleo disponível, o preço sobe.

Contribuição esperada

Uma outra reunião está marcada para sexta-feira, dessa vez no âmbito do G-20, também para discutir o choque dos preços. O ministro de Minas e Energia confirmou sua presença na reunião com representantes dos países do G-20 e tem mantido contato com autoridades da Arábia Saudita e dos Estados Unidos.

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Dessa reunião pode sair o anúncio de um esforço coordenado entre as potências petrolíferas para, de forma pontual, enxugar a sobreoferta global.

Integrantes do cartel internacional do petróleo fizeram chegar às autoridades brasileiras que qualquer acordo final sobre quanto a Opep e seus aliados (um grupo chamado de Opep+) cortará vai depender substancialmente do quanto Brasil, Estados Unidos e Canadá estão dispostos a contribuir.

O ministro brasileiro conversou no domingo com o seu homólogo da Arábia Saudita, príncipe Abdulaziz bin Salman Al Saud. Segundo o ministério informou, o príncipe perguntou se o Brasil “se inclinaria a integrar o esforço de coordenação internacional na busca de mecanismos que contribuam para a estabilização do mercado internacional de petróleo”.

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Impacto para estados

A tendência é que uma decisão final só seja tomada na reunião de sexta-feira, do G-20. O objetivo no corte de produção é aumentar o preço do barril de petróleo, que está em níveis historicamente baixos por conta da falta de demanda causada pelo coronavírus, na casa dos US$ 30.

O Brasil se tornou um player importante nas negociações porque hoje o país é um dos dez maiores exportadores de petróleo do mundo. Um corte na produção, porém, pode impactar diretamente as contas de estados e municípios produtores, além do próprio governo federal.

Há dúvidas, porém, de como o Brasil poderia cortar sua produção, caso seja essa a decisão. A Petrobras, estatal, é a principal empresa do setor, mas o país tem um ambiente de negócios marcado por pluralidade de companhias privadas.

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