Fonte: Exame
Enquanto a Petrobras dá largos passos em seu plano de desinvestimentos afim de focar na extração do pré-sal, sua ex-subsidiária, a BR Distribuidora, irá divulgar nesta quarta-feira, 31, seu primeiro balanço sem ter o governo como acionista majoritário.
Ontem, a bolsa de valores (B3) retirou a BR Distribuidora de seu programa de governança de estatais. Na semana passada a empresa foi oficialmente privatizada após a Petrobras vender 30% de seu controle por um montante de 9,6 bilhões de reais.
Agora, a Petrobrás possui menos de 50% das ações da BR, líder na distribuição e comercialização de combustíveis do Brasil. A empresa possui cerca de sete mil postos de combustível e ainda opera em 99 aeroportos do país.
Em junho, a companhia já havia vendido 90% das operações da TAG, subsidiária de gasodutos, por 33 bilhões de reais.
Em entrevista a EXAME, Roberto Castello Branco, presidente da Petrobras, afirmou que o plano é ter uma empresa especializada na exploração de águas profundas, menos endividada e mais lucrativa, repassando à iniciativa privada negócios que fujam deste foco.
Foi o que aconteceu com a BR e deve continuar sendo feito. Os próximos passos devem ser a venda de oito das 13 refinarias da companhia, assim como a venda da distribuidora Liquigás. Também estão na lista campos de petróleo e 15 usinas térmicas.
Sem a Petrobras no comando, a dúvida que fica é se sua ex-subsidiária conseguirá manter os resultados. No primeiro trimestre deste ano, a BR Distribuidora teve uma alta de 93% em seu lucro líquido.
O montante saltou de 247 milhões de reais no primeiro balanço de 2018 para 477 milhões de reais nos três primeiros meses de 2019. Em 2018, a BR Distribuidora lucrou 3,2 bilhões de reais, uma alta de 177,4% em relação ao ano anterior.
No final de 2017, a companhia lançou suas ações na Bolsa de valores em uma oferta de 5 bilhões de reais, uma parcela equivalente a 28% da empresa adquirida por investidores privados.
Os números que serão divulgados hoje ainda irão refletir as políticas fiscais da época em que a Petrobras estava no controle da BR Distribuidora, mas a partir de agora a companhia terá que provar que consegue manter bons resultados por conta própria.