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Estadão

O presidente Jair Bolsonaro sugeriu nesta quinta-feira, 23, em transmissão ao vivo nas redes sociais, a diminuição da concentração de etanol na gasolina como forma de diminuir o preço desse combustível, um dos atuais “vilões” da inflação. Por outro lado, afirmou que os usineiros “vão chiar” com a medida.

“A gasolina custa em média R$ 2 na refinaria, aumenta de preço porque é adicionado etanol. Etanol encarece gasolina na origem”, declarou o chefe do Executivo. Hoje, a lei autoriza a mistura de 18% a 27% de etanol anidro à gasolina. Quem decide o porcentual é o Conselho Interministerial do Açúcar e do Álcool (Cima), vinculado ao Ministério da Agricultura e integrado às pastas da Economia e de Minas e Energia. “O preço da gasolina pode diminuir um pouco se diminuir a concentração de etanol na gasolina”.

Bolsonaro reconheceu na live que a possibilidade de diminuir a proporção de etanol na gasolina não é um ato unilateral da Presidência e sugeriu que a medida poderia causar revolta. “Os usineiros vão chiar, porque eles têm um mercado garantido hoje em dia, que é o etanol que você bota no seu carro, na gasolina ou o etanol puro. Então, olha o tamanho da encrenca para a gente diminuir o porcentual da mistura do etanol na gasolina”, disse o presidente.

Apesar da sugestão, Bolsonaro insistiu na retórica de que a alta no preço dos combustíveis se deve à cobrança do ICMS, um imposto estadual que varia proporcionalmente. Ele vem cobrando os governadores a baixar o imposto, a maior fonte de arrecadação em vários Estados.

O preço dos combustíveis é altamente impactado, ainda, pela cotação do dólar, muitas vezes alavancado por crises políticas nascidas dentro do Planalto e pela crise fiscal.

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