Bolsonaro elogia presidente da Petrobras por redução no preço dos combustíveis e nega interferência

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Fonte: O Globo

O presidente Jair Bolsonaro elogiou neste sábado o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, devido à redução no preço médio da gasolina e do diesel — anunciada pelo próprio Bolsonaro na sexta-feira. O presidente ressaltou que a queda foi motivada por razões técnicas e que não vai interferir na política de preços da estatal. Bolsonaro esclareceu que, em abril, só ligou para Castello Branco pedindo o adiamento de um reajuste do diesel para que o aumento não atrapalhasse a comemoração dos cem dias do seu governo.
— Ontem, almocei com caminhoneiros, chegou no final da tarde e entrou em contato comigo o presidente da Petrobras e anunciou uma diminuição média de 6% nas refinarias do diesel e da gasolina. É uma boa notícia. Isso tem a ver com o preço do petróleo lá fora, o valor do dólar. A gente não vai interferir na Petrobras, eu não tenho como interferir. Minha interferência é demitindo ou não o presidente e os diretores. Mas para que fazer isso aí? Eu confio no Castello Branco, indicado pelo Paulo Guedes, uma pessoa que está sendo (nota) 10 lá no nosso entendimento. E essa maneira de diminuir do preço do combustível, pergunta para ele o que ele levou em conta, logicamente foram questões técnicas — disse Bolsonaro, após almoçar na casa de um colega militar.
Segundo a Petrobras, o preço da gasolina na refinaria caiu de 7,15%. O valor médio passou de R$ 1,9543 para R$ 1,8144. O novo preço passa a valer a partir de amanhã. Já em relação ao diesel, o preço médio vendido às refinarias caiu de R$ 2,3047 para R$ 2,1664 – um recuo de 6%.

‘Você quer botar diesel no meu chope?
Questionado por jornalistas, Bolsonaro negou ter ligado para Castello Branco antes da redução. O presidente ainda fez referência ao episódio, em abril, em que ele ligou para o presidente da Petrobras para evitar um reajuste no preço do combustível. Segundo Bolsonaro, ele apenas não quis que o aumento atrapalhasse a comemoração dos cem dias de governo.
Bolsonaro ainda negou comparações com a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que foram feitas na época, devido ao intervencionismo.
— Não, não. Não vamos interferir, meu Deus do céu. Eu não sou aquela outra presidente de saias, como alguns tentaram, pejorativamente, me taxar. Quando houve aquele episódio, eu liguei para ele: "Hoje é o 100º dia, estamos fazendo a festa, 100 dias de governo, você quer botar diesel no meu chope?" E ele resolveu não anunciar naquele dia, anunciar na semana que vem. Um índice muito próximo do que estava previsto. Não houve interferência nossa — disse.

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