Bolsonaro destaca crise dos combustíveis e não descarta novas trocas na Petrobras

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Folha de S. Paulo

O presidente Jair Bolsonaro (PL) almoçou na tarde desta segunda-feira (25) com 135 empresárias e executivas no Palácio Tangará, em São Paulo, voltou a falar dos preços dos combustíveis, tema sensível para o eleitorado, e reafirmou que trocaria o presidente da Petrobras sempre que necessário.
No evento, organizado pelo Grupo Voto, Bolsonaro aproveitou para elogiar algumas realizações de seu governo, como o Auxílio Brasil, programa de transferência de renda que substituiu o Bolsa Família e é pago sobretudo às mulheres de baixa renda que são chefes de domicílio.
O presidente mencionou também a Lei de Liberdade Econômica, uma tentativa de desburocratizar o processo de abertura das empresas. Ele também anunciou a criação de uma linha de crédito de R$ 50 bilhões, voltada para pequenos empresários e MEIs (Microempreendedores Individuais).
Ao mencionar a crise no preço dos combustíveis, Bolsonaro disse que o Brasil ocupa hoje o primeiro quartil dos 25 países que têm os combustíveis mais baratos, reforçando que vai trocar o comando da

Petrobras sempre que for necessário.
O evento foi organizado pelo Grupo Voto, presidido pela empresária Karim Miskulin. Também estiveram presentes Esther Schattan (presidente e fundadora da Ornare), Carla Sarni (fundadora da Sorridents), Claudia Papa Scarpa (vice-presidenta para a América Latina da Star Insurance Company), Ana Carolina Paiffer (da Atom) e Marly Parra (da iHub e embaixadora da Endeavor Brasil).
O almoço serviu para Bolsonaro tentar aproximar do empresariado paulista o seu pré-candidato ao governo de São Paulo, o ex-ministro Tarcísio de Freitas.
O evento também acontece após uma série de demonstrações públicas por parte do empresariado, que tem feito declarações em defesa do sistema eleitoral e da democracia, alvos de ataques recorrentes de Bolsonaro.
Na semana passada, ele chegou a protagonizar um evento com diplomatas estrangeiros em que repetiu críticas sem comprovação contra o sistema eleitoral.
O episódio foi interpretado por empresários e juristas como um dos mais graves capítulos na escalada antidemocrática de Bolsonaro e atos foram marcados para o próximo dia 11 de agosto na Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo).
Na sexta-feira (22), por exemplo, o presidente da Natura, Fábio Barbosa, recordou, por meio de uma postagem em seu perfil no LinkedIn, que esteve envolvido com o manifesto “Eleições serão respeitadas”, de 2021, e aproveitou para reiterar os princípios do movimento em defesa da democracia.
Com Bolsonaro em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto —atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)— há um esforço para conquistar mais votos do eleitorado feminino.
Acompanharam Bolsonaro no evento desta segunda o ministro Paulo Guedes (Economia), Ciro Nogueira (Casa Civil), Daniella Marques (a nova presidente da Caixa Econômica Federal), a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), o deputado federal Capitão Derrite (PL-SP) e Flávio Rocha (secretário especial de Assuntos Estratégicos).
Também estiveram o ex-ministro Marcos Pontes, Luiz Eduardo Ramos (ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República), Cristiane Britto (ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos), Joaquim Alvaro (ministro do Meio Ambiente) e Marcos Montes (ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).
Segundo os organizadores, Lula e Simone Tebet (MDB) também foram convidados para eventos semelhantes, mas ainda não confirmaram presença.
Em abril do ano passado, o presidente se reuniu no mesmo local, com mais de 40 executivas. Na ocasião, disse que o Paulo Guedes não apitava na parte política de seu governo.
“Converso com eles [ministros] antes de tomar qualquer decisão, seja a mais simples, a mais normal. Chamo Damares e pergunto o que fazer. Paulo Guedes, na economia, quase nada falo. Temos um bom relacionamento porque eu não apito em economia e ele não apita em política”, afirmou Bolsonaro em um vídeo obtido pela Folha à época.

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