Após criticar aumento de gás pela Petrobras, Bolsonaro sanciona lei que abre competição no setor

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O Globo

O presidente Jair Bolsonaro sancionou a lei do novo marco legal do gás, que tem como principal objetivo abrir o setor à competição para abaixar o preço do combustível.
O recente aumento de 39% no preço do gás vendido às distribuidoras pela Petrobras foi alvo de críticas de Bolsonaro na quarta-feira, o que continuou provocando perda de valor das ações da empresa na Bolsa nesta quinta-feira.
A informação sobre a sanção da lei já aprovada no Congresso foi dada pelo deputado Laércio Oliveira (PP-SE), que foi relator da proposta na Câmara. Ele divulgou um vídeo ao lado do Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. O texto sancionado ainda não foi divulgado pelo governo, que não informou se houve vetos.
O novo marco regulatório do gás natural é descrito pelo ministro Paulo Guedes como uma “choque de energia barata” por ter o potencial de ampliar a concorrência no setor, dominado pela Petrobras.
Em nota, a Federação das Indústrias do Rio (Firjan) elogiou a sanção da nova legislação, que classificou como capaz de abrir caminho para a retomada da economia com o estímulo de investimentos atrelados ao gás natural como fonte de energia.
Ações caem sobe impacto de fala da véspera
As ações da Petrobras voltaram a cair nesta quinta-feira, após as declarações do presidente Jair Bolsonaro, na véspera, sobre a possibilidade de mudanças na política de preços da estatal.
A queda, de mais de 1%, foi na contramão da Bolsa de São Paulo, a B3. O princípal índice, o Ibovespa, subiu 0,59% , influenciado por um ambiente mais positivo no exterior.
As ações ordinárias da Petrobras (PETR3, com direito a voto) caíram 1,68% e as preferenciais (PETR4, sem direito a voto), 1,25%.
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Apesar disso, o Ibovespa começou o dia com oscilação, mas firmou alta desde o início da tarde. O índice fechou no patamar de 118.313 pontos, impulsionado por empresas ligadas ao setor siderúrgico e varejistas.
O Ibovespa não terminava acima dos 18 mil pontos desde o dia 19 de fevereiro, quando encerrou com 118.431 pontos.
Receio de intervenção
Ontem, em visita a Foz do Iguaçu (PR), Bolsonaro chamou de “inadmissível” o aumento de 39% no preço do gás natural vendido pela Petrobras às distribuidoras e disse que poderia “mudar essa política de preços lá”.
A fala já havia afetado as ações da estatal no fim do pregão de ontem. Nesta quinta, a queda foi constante durante o dia.
— Assim como nos últimos dias, as ações ligadas a metais estão dando sustentação ao Ibovespa. O movimento de baixa da Petrobras ocorre em grande parte pela pressão do presidente sobre a política de preços. Também contribui a queda da cotação internacional do petróleo — destaca o analista da Terra Investimentos, Regis Chinchila.
O presidente tem criticado a política de preços da empresa, o que acabou levando à troca de comando da companhia. O nome do novo presidente da Petrobras será analisado em assembleia de acionistas no dia 12 de abril.

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