CNN Brasil – Blog Boris Feldman
O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) decidiu manter a mistura de 14% de biodiesel (B14) no diesel comercializado no Brasil. A medida, que posterga o aumento para 15% (B15) previsto para março, visa conter a inflação e proteger os motores de veículos.
A decisão do governo atual ecoa políticas similares adotadas anteriormente, demonstrando uma preocupação contínua com o impacto do aumento do biodiesel nos preços dos combustíveis e na economia como um todo. O biodiesel, embora benéfico para o meio ambiente, é mais caro que o diesel convencional, o que poderia resultar em um aumento nos preços na bomba.
Impactos nos motores e na economia
Especialistas alertam que o aumento do percentual de biodiesel pode ter efeitos negativos nos motores de veículos diesel. Segundo Boris Feldman, analista automotivo, “quanto mais biodiesel, tanto pior para o motor, tanto melhor para os produtores”. Ele ressalta a importância de desenvolver alternativas mais compatíveis, como o HVO (Óleo Vegetal Hidrotratado), embora este seja mais caro de produzir.
A manutenção do B14 traz alívio temporário para proprietários de veículos com motores diesel, incluindo SUVs, caminhões, ônibus e máquinas agrícolas. No entanto, Feldman recomenda cuidados adicionais: “Ao abastecer, não encha o tanque se você não vai utilizá-lo imediatamente”, e sugere o uso de aditivos específicos para estabilizar o diesel com biodiesel.
A decisão do governo reflete um equilíbrio delicado entre objetivos ambientais, econômicos e técnicos. Enquanto o biodiesel oferece vantagens ecológicas, seu impacto nos motores e na inflação não pode ser ignorado. A manutenção do B14 sinaliza uma abordagem cautelosa, priorizando a estabilidade econômica e a proteção dos consumidores no curto prazo.