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EPBR

Em janeiro, a Petrobras pretende iniciar os testes com diesel coprocessado com óleos vegetais enquanto aguarda uma decisão do governo sobre a inserção no mercado do seu novo produto – batizado de diesel R5 por ter cerca de 5% de conteúdo renovável.
Mesmo mês em que está prevista uma deliberação do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) sobre a política de inserção de novos combustíveis do Ciclo Diesel.
À Reuters, o diretor de Refino e Gás da petroleira, Rodrigo Costa, disse que os testes terão duração de cerca de seis meses para avaliar qualidade e performance do produto, e contarão com a participação de uma distribuidora e de uma frotista de ônibus. Os nomes não foram revelados.
O combustível será produzido inicialmente na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), com capacidade para entregar 114 mil toneladas do combustível renovável por ano.
Embora seja um volume pequeno quando comparado ao mercado de diesel, a entrada do novo combustível comprou uma briga com os produtores de biodiesel.
De um lado, a indústria de biodiesel tenta proteger seu mercado garantido em resoluções do CNPE. De outro, a Petrobras – com apoio de outros agentes do mercado – tenta conquistar uma fatia dessa demanda reservada ao biodiesel.
O mandato. A resolução CNPE 16/2018 estabeleceu um cronograma de aumento anual de 1 ponto percentual do teor de biodiesel no diesel. Pelo calendário, a mistura de biodiesel deveria estar em 13% e chegar a 15% em 2023.
Mas desde o início da pandemia, em 2020, o cronograma não é cumprido. Em dezembro, o CNPE definiu que em 2022 a mistura de biodiesel será de 10% o ano inteiro, alegando ser uma medida de contenção da alta do diesel.
A rota do HBIO. Não é a primeira vez que a Petrobras tenta emplacar seu diesel renovável no mercado. Em junho de 2006, a estatal anunciou, também na Repar, o início de testes do HBIO – nome dado à patente de coprocessamento de óleo vegetal com petróleo.
O objetivo era começar a comercializar o combustível em escala já no ano seguinte. O que não aconteceu.
Em agosto de 2007, a petroleira suspendeu a produção do seu novo combustível por conta da alta do preço do óleo de soja.
Na mesma época, o biodiesel, cuja principal matéria-prima é o óleo de soja, começava a ocupar seu lugar na matriz. Já em 2008 o biocombustível passou a ser obrigatório no país, no percentual de 2%.

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