Vibra começa a vender SAF, o combustível sustentável para aviões que pode reduzir as emissões do setor

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Querosene de aviação feito a partir de óleo usado de cozinha misturado ao QAV tradicional será importado pela ex-BR distribuidora

 O Globo Online 

A Vibra (ex-BR Distribuidora) vai iniciar em breve no Brasil a venda de querosene de aviação sustentável, o chamado SAF. O combustível é feito a partir de óleo usado de cozinha e será importado, já que o Brasil ainda não iniciou esse tipo de produção. O projeto faz parte de investimento anual de R$ 500 milhões em infraestrutura.

O SAF será adicionado ao querosene de aviação fóssil (QAV) a ser usado pelas empresas de aviação. A iniciativa tem como objetivo preparar a Vibra para a mudança no mercado brasileiro que tornará obrigatória a mistura a partir de 2027. A meta começa com 1% e chega a 10% em 2037.

Hoje, a Europa já tem como exigência a mistura obrigatória. Neste ano, o percentual é de 2% e chegará a 5% em 2026. Nos EUA, as discussões já começaram.

Nesta primeira fase, o SAF estará disponível na base localizada no Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, no Rio. A intenção é ampliar a distribuição para os principais aeroportos do Brasil ainda neste ano.

Negociações com aéreas

Na lista estão São Paulo, Brasília e Salvador. Para isso, a Vibra já iniciou negociações com companhias aéreas nacionais, internacionais e de aviação executiva.

A demanda dependerá do apetite das companhias aéreas. Um dos desafios é o preço. O SAF custa de 2,5 a 3 vezes mais que a versão fóssil do QAV.

Esse é um desafio global da descarbonização. O biocombustível tende a ser mais caro que o fóssil. Acredito que, como toda nova tecnologia, o processo produtivo será aprimorado, novas matérias-primas serão encontradas e o custo se tornará mais competitivo no futuro diz Marcelo Bragança, vice-presidente executivo de operações da Vibra.

O processo de importação e certificação internacional, para garantir a rastreabilidade do SAF, durou 10 meses. Em janeiro deste ano, 23 isotanques (contêineres em formato de tanque), com cerca de 550 mil litros partiram do porto de Antuérpia, na Bélgica, com destino ao Rio.

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A Vibra detém hoje 60% de participação no mercado de aviação. Segundo Bragança, as empresas aéreas têm procurado a companhia para adicionar o SAF em suas frotas.

Estamos preparados para ampliar a oferta de SAF no mercado brasileiro, utilizando nossa infraestrutura em mais de 90 aeroportos e nossa expertise para entregar soluções competitivas afirma Bragança, lembrando que já há autorização da Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Segundo o executivo, o SAF representa 1,5% da demanda global por combustível de aviação. Ele afirma que há poucos produtores globais.

No Brasil, a Petrobras, a refinaria Riograndense que tem a estatal como acionista e a Acelen, pertencente à Mubadala Capital, do fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos, são as companhias com potencial de iniciar a produção nos próximos anos.

Como somos líderes na compra de etanol e biodiesel no Brasil, temos conversas com todos eles. A Petrobras é hoje nosso principal fornecedor, e temos acompanhado a evolução dos projetos. A Petrobras tem a perspectiva de iniciar a produção de SAF entre 2027 e 2028, e já temos tratativas para sermos clientes desse produto. Em 2027, começa o mandato no Brasil da mistura obrigatória. O país tem capacidade de produção e pode se tornar um hub exportador de SAF disse Bragança.

Segundo ele, o Brasil já possui tecnologia e projetos em desenvolvimento para produzir SAF a partir de óleo de soja, palma e macaúba.

Mas o desafio é a tecnologia para produzir o SAF a partir de etanol. Hoje, há produtores de etanol que estudam essa possibilidade.

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