Entidade que representa distribuidoras de combustíveis divulgou nota em que manifesta preocupação com declarações do presidente
Folha de S. Paulo
O Sindicom (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes) divulgou nota na qual manifesta preocupação com declarações do presidente Lula (PT), que, na segunda-feira (17), defendeu que a Petrobras venda diesel direto para grandes consumidores para baratear o produto.
O presidente disse ainda que a empresa não era a única culpada pelo elevado preço dos combustíveis e que ‘o povo precisa aprender a saber quem xingar’ pelos aumentos.
Na nota, o Sindicom defende as distribuidoras e afirma que elas desempenham um ‘papel essencial na garantia do abastecimento nacional, assegurando que os combustíveis cheguem com qualidade e segurança a todas as regiões do país, mesmo diante de desafios como fraudes e sonegação.’
Também cita a composição dos preços dos combustíveis, alguns detalhados no site da própria Petrobras, como o caso da gasolina, em que 34,17% do valor final correspondem à petrolífera e 33,9% se referem a tributos -no diesel, são 46,8% e 22,2%, respectivamente.
‘A venda direta de combustíveis por produtores para grandes consumidores, sem a exigência das mesmas obrigações impostas às distribuidoras, gera uma grave assimetria concorrencial’, afirma o sindicato.
‘Enquanto as distribuidoras cumprem metas obrigatórias do RenovaBio, a isenção dos produtores dessa responsabilidade compromete a política de descarbonização e pode resultar em penalidades severas para aqueles que seguem a regulamentação vigente.’
O sindicato pediu ainda às autoridades e à Petrobras uma avaliação dos impactos dessa prática sobre o mercado e os compromissos ambientais do país, além de ter reforçado a necessidade de um ‘debate transparente e técnico sobre o setor, reafirmando a importância da distribuição de combustíveis para a segurança energética, a geração de empregos e a arrecadação tributária.’