G1.Globo
Em reunião nesta segunda-feira (14), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) evitou dar ao governo e ao Congresso Nacional uma resposta antecipada para a seguinte questão: se a aprovação de um projeto reduzindo tributos sobre combustíveis é uma medida eleitoreira passível de punição.
Com isso, a Advocacia-Geral da União (AGU) vai fazer uma consulta formal ao TSE questionando se uma sanção presidencial de um projeto sobre combustíveis pode gerar punição para o presidente Jair Bolsonaro.
Segundo interlocutores de ministros do TSE, o tribunal não tem como dar um ‘cheque em branco’ para o governo e o Congresso antes da aprovação das propostas pelo Legislativo.
Somente depois de aprovados os projetos e eventual PEC é que o tribunal poderia dar uma palavra final. E, na avaliação de alguns magistrados, a tendência seria considerar que a medida tem ‘influência nas eleições’.
A reunião desta segunda foi com o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, solicitada pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, da qual participaram como convidados os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara, Arthur Lira. Além deles, também participou o ministro da Advocacia Geral da União, Bruno Bianco. Os ministros Edson Fachin e Alexandre de Moraes foram convidados, mas tinham agenda prévia marcada e não puderam participar.
O Senado não vai aguardar a consulta da AGU ao TSE para votar as propostas. Amanhã, os senadores vão começar a analisar dois projetos que tratam de combustíveis. Um projeto, aprovado na Câmara, que muda a tributação do ICMS sobre o setor. Outro, de autoria do senador Rogério Carvalho (PT), cria uma conta de compensação para amortecer altas elevadas no preço da gasolina, diesel, etanol e gás de cozinha.
O ministro Ciro Nogueira decidiu pedir a reunião para tentar obter uma posição da Justiça Eleitoral sobre preocupações levantadas pela equipe econômica, de que, em ano eleitoral, o governo não pode baixar medida reduzindo tributos. Isso poderia ser classificado de medida eleitoreira e passível de punição para o presidente da República.