Fonte: A Tarde
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O diretor do Sindipetro Bahia, Radiovaldo Costa, acrescentou mais uma denúncia à coleção de privatizações anunciadas pela Petrobras. Depois de admitir a venda de 60% de quatro refinarias, inclusive a Landulpho Alves, na Bahia, a estatal petrolífera promoveu o leilão das plataformas autoelevatórias P-59 e P-60, que estavam no canteiro da Petrobras em São Roque do Paraguaçu.
Os dois equipamentos, construídos mediante investimentos de R$ 1 bilhão, foram negociados por menos de 10% deste total. Da Bahia, seguirão para Dubai, no Oriente Médio, onde vão auxiliar na prospecção de petróleo. O diretor do Sindipetro não consegue parar de falar quando o assunto é o que ele considera o desmonte e a entrega da Petrobras a multinacionais como a Shell, a British Petroleum e a francesa Total. Para o sindicalista e seus companheiros, a estatal vem sendo saqueada.
– A venda das plataformas para águas rasas foi como se o sujeito comprasse um carro de R$ 100 mil e no ano seguinte vendesse a R$ 10 mil. Não existe isso.
Petrobras – A direção da Petrobras alega por sua vez, que não tinha necessidade das plataformas, pois geravam custo de manutenção e ambas estavam paradas, sem uso, em São Roque do Paraguaçu. Assim, além de evitar um custo fixo mensal, a petrolífera ainda obteve algum recurso para reduzir os déficit que levou a empresa a enfrentar uma situação difícil, depois de envolida em tenebrosas transações atribuídas a governos do PT, e que ameaçavam até sua sobrevivência. Em relação aos leilões das refinarias, a argumentação é semelhante: objetivo é livrar-se de custos, transferindo a gestão para uma empresa multinacional. Assim, a Petrobras vira sócia e fica de boa, pois vai receber os dividendos.