Setor automotivo brasileiro enfrenta desafios na transição para veículos elétricos

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O setor automotivo brasileiro enfrenta um momento crítico, com a necessidade de adaptação às transformações globais, especialmente no que diz respeito aos veículos elétricos. Embora o Brasil tenha se destacado na produção de biocombustíveis e motores flexfuel, a crescente adoção de carros elétricos em todo o mundo levanta preocupações sobre a competitividade do país nesse novo cenário. Os veículos elétricos, que não dependem de grandes áreas para cultivo, estão se consolidando como uma solução viável para a descarbonização, com suas emissões de fabricação e uso diminuindo à medida que as fontes renováveis ganham espaço na matriz energética.

A estrutura dos veículos elétricos é significativamente diferente da dos tradicionais, sendo essencialmente “baterias sobre rodas”. A maior parte do valor desses veículos reside nas baterias e no software que os controla, o que simplifica a cadeia de produção. Além disso, os veículos elétricos oferecem vantagens como maior eficiência e menor poluição local. Contudo, desafios como o alto custo e a infraestrutura de recarga ainda precisam ser superados. A competitividade das montadoras chinesas, que se destacam na fabricação de baterias, representa uma ameaça para as empresas locais, que devem se adaptar rapidamente para não ficarem para trás.

A combinação de motores flexfuel com biocombustíveis é vista como uma alternativa para a descarbonização no Brasil, mas a indústria local ainda está distante do carro elétrico puro, que deve dominar o mercado global nos próximos anos. Os motores híbridos flexfuel, que utilizam a bateria apenas para aumentar a eficiência, não são suficientes para garantir a participação do Brasil nesse novo paradigma. As questões que surgem são complexas: o Brasil deve competir com a China, apoiar as montadoras tradicionais ou atrair novas empresas para a produção de veículos elétricos?

Para enfrentar esses desafios, é fundamental que o setor automotivo brasileiro defina uma estratégia clara e que o governo se envolva ativamente. Ignorar as mudanças globais não é uma opção viável, e a indústria precisa se preparar para um futuro onde os veículos elétricos serão predominantes. A colaboração entre academia e setor produtivo, como sugerido por Luciana Castilla e Paulo Feldmann, pode ser um caminho para desenvolver soluções inovadoras que atendam às demandas do mercado.

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