Fonte:Portal G1
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou na sexta-feira (15) que a relação entre a distribuidora de combustíveis e a petroleira “inevitavelmente” muda e alcança outro patamar com o IPO (oferta pública inicial).
“Como empresa de capital aberto, a empresa tem autonomia de gestão para perseguir melhores resultados e competir em igualdade de condições com as outras distribuidoras no mercado”, declarou.
Parente e outros executivos da BR Distribuidora e da Petrobras participarem de cerimônia de abertura das ações da BR Distribuidora na B3, a bolsa brasileira. Vestidos com uniformes usados pelos funcionários dos postos de combustível, os executivos apertaram a tradicional campainha que marca o início do pregão.
Gestão
Listada no Novo Mercado, o principal segmento de governança entre as empresas abertas na bolsa brasileira, a BR terá que cumprir diversos requisitos de governança corporativa. Parente ressaltou que é imprescindível que a BR seja gerida de maneira profissional e prime pela ética, excelência e rentabilidade de suas operacoes.
Segundo o presidente da estatal, a BR Distribuidora provavelmente tem a “melhor governança corporativa de todas as empresas listadas no novo mercado”.
Durante a cerimônia, Parente também reforçou a meta da Petrobras de entregar US$ 21 bilhões em desinvestimentos e parcerias este ano. A oferta de ações da BR distribuidora contribuirá para a empresa atingir essa meta.
‘Cultura de desempenho’
O presidente da BR Distribuidora, Ivan de Sá, afirmou que a entrada da empresa no mercado financeiro vai trazer melhorias para a empresa.
Sá declarou ainda que, a partir de agora, a distribuidora passa a ter uma cultura de alto desempenho voltada para resultados e meritocracia dos funcionários, voltada para premiar conforme a entrega de resultados.
“Com toda a visibilidade que teremos [no mercado financeiro] estamos muito preparados para que a gente possa não apenas trabalhar de forma transparente mas bastante colaborativa”, disse o presidente da empresa.
R$ 5 bilhões na estreia
A BR conseguiu levantar cerca de R$ 5 bilhões na sua abertura de capital. O preço da ação ficou em R$ 15, o piso da faixa situada entre R$ 15 e R$ 19, indicando que a demanda dos investidores foi menor do que se esperava. Considerando o preço máximo sugerido, a empresa poderia obter até R$ 7,5 bilhões se houvesse alta procura pelos papéis.
Como a oferta inicial de ações foi secundária, ou seja, foram vendidas ações já existentes, pertencentes ao atual acionista, o dinheiro levantado vai para o caixa da Petrobras. A estatal abriu mão de quase 30% de sua participação na empresa e deixou de ser sua única dona. Em troca, vai contabilizar os recursos em seu bilionário plano de venda de ativos para reduzir seu endividamento.
Mesmo assim, os R$ 5 bilhões levantados já fazem deste o maior IPO da bolsa brasileira desde abril de 2013, quando a BB Seguridade, o braço de seguros e previdência do Banco do Brasil, movimentou R$ 11,5 bilhões.
A operação envolveu cerca de 335 milhões de papéis, o que indica que houve venda de um volume adicional de 15% em relação ao principal, que envolvia 291,25 milhões de ações.
Líder de mercado
A BR Distribuidora é um dos principais ativos no plano de desinvestimentos da Petrobras que pretende levantar US$ 21 bilhões em 2017 e 2018. Anteriormente, a estatal pretendia vender o controle da empresa a investidores, mas o processo foi suspenso por decisão judicial.
A distribuidora controlada pela Petrobras concorre com a Ipiranga e Raízen, da marca Shell. A companhia é líder de distribuição de combustível no Brasil, com cerca de 8 mil postos em todo o país. No ano passado, faturou R$ 86 bilhões e teve um prejuízo líquido de R$ 315 milhões.
No ano até agosto, a empresa sofreu uma queda nas vendas de 7,6%, com um aumento da competitividade no país, mas manteve a liderança no mercado revendedor de combustíveis, com participação de 24,5%, segundo a BR. Já no mercado de grandes consumidores, a empresa teve participação de 43%.