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Valor Econômico

Primeiro ativo de refino da Petrobras a ter a privatização concluída, a antiga Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, está ampliando a produção de diferentes tipos de derivados de petróleo e gás para estreitar relacionamento com clientes no mercado brasileiro. Situada em Mataripe, no município de São Francisco do Conde (BA), a unidade é operada pela Acelen, do Mubadala, o fundo soberano de Abu Dhabi, que assumiu a operação em dezembro de 2021 depois de desembolsar US$ 1,8 bilhão.
No fim de março, a unidade começou a produção de gás propano, usado na regulagem da pressão de saída nas embalagens de aerossol. O produto é refinado a partir do gás natural liquefeito (GNL). Hoje quase todo o volume desse gás consumido no país é importado, sendo que os principais fornecedores para o Brasil são Argentina e Bolívia.
O vice-presidente comercial e de logística da Acelen, José Augusto Nogueira, disse que a companhia vislumbra a possibilidade de atender a cerca de 30% da demanda nacional de gás propano para aerossóis. O executivo não abre preços ou o volume de produção atual, mas afirma que a empresa está conseguindo fornecer o produto a preços melhores do que a importação: “Estamos conseguindo ser mais competitivos do que os nossos concorrentes, que estão situados fora do Brasil”, afirma.
No momento, a companhia tem contratos para suprir cerca de 10% da demanda dos dois principais “players” nacionais do setor, entre eles, a Copa Energia, que controla as distribuidoras de gás liquefeito de petróleo (GLP) Liquigás e Copagaz. A empresa também está em busca de homologar o produto para atender a outras empresas.
A Acelen, inclusive, vislumbra a possibilidade também de exportar o produto a partir do próximo ano, com a modernização da refinaria e investimentos em tecnologias de tratamento de gases que viabilizarão o aumento da produção. Ao todo, a companhia prevê investir R$ 500 milhões nos próximos doze meses em paradas de manutenção e na otimização do parque industrial.
Em operação desde a década de 1950, a Refinaria de Mataripe é um dos projetos de refino mais antigos do país, e entrega produtos como querosene de aviação, asfalto, parafinas, lubrificantes, nafta petroquímica, GLP e os óleos combustíveis. O gerente comercial de produtos especiais da Acelen, Angelo Cozzolino, afirma que a companhia está buscando novas oportunidades para agregar valor ao processamento de petróleo e gás da refinaria baiana.
“Estamos conversando com clientes, entendendo o que eles precisam. O Brasil tem carência enorme, há produtos que são apenas importados, outros nos quais podemos entrar com especificação diferenciada, há questões de economia circular, resíduos que podem ser transformados em produto com valor agregado”, afirma.
Os executivos ressalvam que não necessariamente a entrada da Acelen em novos mercados vai levar a uma redução de preços nos derivados entregues pela unidade. “Os mercados de cada produto são diferentes, cada um tem uma lógica. A ampliação da oferta de produtos traz a capacidade de a companhia competir mais, no conjunto da obra, e isso vai permitir um posicionamento de mais investimento em relação ao mercado”, diz o vice-presidente de relações institucionais e comunicação, Marcelo Lyra.
Nogueira, o vice-presidente comercial, diz que, nesse primeiro momento, a Acelen quer se posicionar como parceira confiável na entrega de produtos ao mercado nacional: “Temos feito um trabalho de identificação de oportunidades de investimentos. Temos um programa para que a refinaria ganhe confiabilidade e maior capacidade de operação. Queremos ser uma parte importante e relevante no abastecimento do país”, diz

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