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O petróleo e outros combustíveis fósseis ainda terão demanda por pelo menos três décadas, mesmo com o objetivo de países de usar os pacotes de recuperação pós-vírus para acelerar a descarbonização da economia global, segundo o Citigroup.
Grandes petroleiras como Royal Dutch Shell, BP e Exxon Mobil também têm oportunidades de investir em tecnologias e processos destinados a reduzir o impacto climático dos combustíveis à base de hidrocarbonetos, disse Ed Morse, responsável global de pesquisa de commodities do Citigroup, em entrevista na quarta-feira à TV Bloomberg.
“Não é o fim das grandes ou pequenas petroleiras”, disse Morse. “Esta epidemia estimulou a regulamentação, principalmente na Europa, e incentivou investimentos para reduzir o petróleo como combustível de transporte e diminuir o carvão e, até certo ponto, o gás natural como combustível de geração de energia, mas eles não vão desaparecer nos próximos 30 anos.”
Veículos movidos a eletricidade, célula de combustível e gás natural devem eliminar quase 15 milhões de barris por dia do crescimento da demanda por petróleo até 2040, de acordo com a BloombergNEF. A demanda total por petróleo não deve retornar aos níveis pré-vírus pelo menos até o final de 2021, enquanto o mercado de carvão térmico “está em estado difícil”, disse na terça-feira a BHP, produtora de ambas as matérias-primas.
Os combustíveis rodoviários vão se beneficiar da maior demanda em países africanos, um fator que será apoiado por preços mais baixos à medida que o petróleo for substituído por veículos elétricos em economias avançadas, segundo Morse. “A demanda por combustíveis de transporte naquele continente irá neutralizar o que está acontecendo nas economias avançadas e, até certo ponto, na China”, afirmou.
No curto prazo, o Citi vê a produção de petróleo nos EUA em contínua queda até meados de 2021 devido ao menor número de plataformas e em meio a cortes dos investimentos, disse (Bloomberg, 24/7/20)