Fonte: Nova Cana
Enquanto preço da gasolina caiu 0,35% na última semana, o do etanol subiu 0,12%; valor do combustível renovável correspondeu a 72% do preço do fóssil
Nos postos brasileiros, a gasolina segue registrando queda de preços. Já o etanol, com as usinas ainda em período de entressafra, tem registrado aumentos consecutivos, perdendo cada vez mais competitividade.
Nas próximas semanas, a perspectiva é que a gasolina tenha novas quedas. Na quinta-feira (12), a Petrobras anunciou uma redução de 9,5% no preço médio da gasolina em suas refinarias. Ainda que a redução tenha começado a valer no dia seguinte, o repasse dos ajustes de preço nos postos não é automático e ainda depende de fatores como impostos, margens de distribuição e revenda e mistura de biocombustíveis.
Desta forma, a relação entre os preços dos combustíveis tem favorecido cada vez menos o renovável. De acordo com os dados divulgados pela agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), na semana de 8 a 14 de março, o preço do etanol correspondeu a 72% do da gasolina, um aumento de 0,42% ante a semana anterior.
Enquanto a gasolina caiu 0,35% entre as duas semanas, passando de R$ 4,531 por litro para R$ 4,515/l, o etanol subiu 0,12%, passando de R$ 3,249/l para R$ 3,253/l.
Variação nos estados
Conforme dados da ANP, na semana de 8 a 15 de março, o preço do etanol aumentou em 14 estados, diminuiu em 11 e no Distrito Federal, e não foi registrado no Amapá. Já a gasolina apenas aumentou em cinco estados.
Com esse cenário, o consumo do biocombustível só é vantajoso economicamente para motoristas de Mato Grosso.
Em São Paulo, estado que mais produz e consome etanol no país, o biocombustível aumentou 0,16%, indo para R$ 3,062/l. Como a gasolina aumentou 0,18%, a relação entre os preços ficou estável, em 70,2%. O valor ultrapassa por pouco o limite em que o biocombustível é considerado economicamente vantajoso para os motoristas.
Já em Minas Gerais, enquanto o etanol caiu 0,57% – chegando a R$ 3,319/l – a gasolina caiu 0,36%, e a relação entre os preços foi para 70,2%, mesmo valor registrado em São Paulo.
Por sua vez, o etanol de Goiás subiu 0,18%, chegando a R$ 3,312/l. Como a gasolina teve uma redução de 0,60%, a relação entre os valores aumentou para 71,5%, seguindo acima do limite da competitividade para o etanol.
Mato Grosso se mantém como o único estado que apresenta o biocombustível mais competitivo do país. Porém, o valor está praticamente no limite da competitividade, com 69,9%. Isso ocorreu após um aumento de 3,66% para o etanol, o maior aumento semanal, e uma queda de 0,32% para a gasolina.
No Paraná, o preço do etanol caiu 0,21% e o da gasolina teve um decréscimo de 0,30%. Assim, a relação entre eles se manteve em 76,3%, ainda acima do limite considerado favorável para o biocombustível.
O estado apresenta o segundo indicador mais alto dentre os seis grandes produtores. O primeiro é Mato Grosso do Sul, com índice de 79,9%.
Os preços do etanol e da gasolina por região, estado ou cidade desde 2001 estão disponíveis na planilha interativa (exclusivo para assinantes). Também estão disponíveis gráficos avançados e filtros interativos sobre o comportamento dos preços.
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Usinas
Na análise mais recente, as usinas de São Paulo e Goiás apresentaram quedas no valor de comercialização do etanol hidratado, enquanto Mato Grosso registrou aumento.
O Indicador Cepea/Esalq no estado paulista caiu 7,79% na semana, enquanto em Goiás ele caiu 7,04%.
Já em Mato Grosso, o aumento na cotação do hidratado em relação à análise anterior foi de 0,16%.