Valor Econômico
Se o preço da gasolina está chegando a patamares inéditos no país, o etanol hidratado (que abastece diretamente os tanques) não tem oferecido uma alternativa muito diferente aos motoristas brasileiros. Só na última semana, os preços do biocombustível bateram o recorde histórico em 15 Estados e no Distrito Federal. No mês, o valor é recorde em 19 unidades da federação.
Nos Estados onde o preço do etanol não bateu recorde em agosto, as marcas históricas haviam sido superadas há pouco tempo: em cinco deles, os recordes foram batidos entre junho e julho, e, em um, em março deste ano.
O Rio Grande do Sul registrou o preço mais alto na semana passada, com o litro do etanol vendido, em média, por R$ 5,963, um recorde para o Estado. O biocombustível também bateu recorde em São Paulo (R$ 4,331 o litro), Minas Gerais (R$ 4,627), Paraná (R$ 4,676) e em mais 15 unidades federativas, de acordo com dados do último levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), realizado entre 22 e 28 de agosto.
Em 18 Estados e no Distrito Federal, os preços chegaram a ultrapassar os R$ 5 por litro na última semana e também na média móvel em quatro semanas, o que faz de agosto de 2021 o mês de preços mais altos do combustível renovável na história.
Na semana de 22 a 28 de agosto, o preço do etanol subiu em 19 Estados e no Distrito Federal e só caiu em outros sete Estados. Em nenhum deles o biocombustível oferece vantagem econômica evidente em relação à gasolina — em três Estados, o preço do etanol está abaixo de 75% do valor da gasolina, mas ainda acima de 70% do nível de paridade.
O biocombustível vem se valorizando todas as semanas em quase todos os Estados desde maio, a despeito de as usinas do Centro-Sul estarem em plena safra. A produção, porém, vem sendo reduzida diante do forte impacto da seca na produtividade dos canaviais e da decisão das usinas de dar prioridade à produção de etanol anidro, garantindo oferta para a mistura à gasolina.